segunda-feira, 29 de julho de 2013

BARRA MANSA: A LEI QUE DEU 20 ANOS DE CONCESSÃO AUTOMÁTICA PARA AS EMPRESAS DE ÔNIBUS.


A Lei 3355/02 criada por Francis Bullos, condenado por esquemas ilícitos,  apenas beneficiou as empresas de ônibus que ganharam automaticamente mais 20 anos de concessão sem licitação. Agora a Justiça manda abrir o processo licitatório, entendendo que a lei acima, criada pela Câmara de Barra Mansa, é inconstitucional, ferindo princípios básicos da democracia. Essa anomalia me faz refletir sobre, quem ganhou com essa lei além das empresas de ônibus? Quanto? Quais interesses envolvidos? Perguntas com respostas, basta pensar.


Em se tratando do sistema de transporte público não existem meias palavras. Na verdade a máfia que comanda este segmento faz o que quer deste país, manda matar, explora o povo, e em troca disso tudo alimenta o sistema político brasileiro. Essa alimentação se dá através do financiamento de campanhas e ajuda a setores do executivo e legislativo durante seus mandatos. O caso que abordarei agora em alguns detalhes acontece em Barra Mansa, mas o que lá acontece não é diferente do que ocorre em todo país. Um exemplo claro disso, e de como os interesses dos empresários das empresas de ônibus influenciam nos interesses políticos, é o de Cabral, governador do estado do Rio de Janeiro, Jacob Barata, sogro de Cabral e magnata do transporte público. Nesse imbróglio até a Igreja Católica se enrolou no caso do terrenos em Guaratiba que pertence a Jacob Barata, mas isso é caso para outro post.

Fiscalização na segunda feira passada. Ônibus da
empresa São João Batista foram apreendidos,
e motoristas sem documentação necessária
foram encontrados.
As notícias desta semana foram animadoras. Depois de muita coisa ocorrida, como greves de funcionários que não tem seus direitos trabalhistas pagos, manifestações pela cidade, vereador na Câmara entrando com ação no Ministério Público contra empresa, a revolta já habitual da população, e as fiscalizações nos ônibus da São João Batista que apreenderam 8 ônibus e se descobriu que manobristas estavam dirigindo os coletivos,  o dia de quarta foi especial. Logo cedo a notícia no jornal e os papos nas ruas já davam conta de que algo aconteceu. A ordem do Ministério Público de que a Prefeitura vai ter que abrir uma licitação para o transporte público de Barra Mansa veio com comemoração por boa parte da população. O que trata na realidade a ação no Ministério Público, é que a Lei 3355/02 no seu artigo 19, foi considerada inconstitucional, uma vez que a mesma não dá nenhuma providencia a um processo licitatório, e sim uma concessão automática de 20 anos. A Lei 3355/02 dispõe sobre o Programa de Modernização do Transporte Coletivo Urbano de Barra Mansa e dá outras providências, mas que modernização? Que providências? Pesquisando sobre o assunto e lendo a Lei percebe-se que tudo não passou de uma lei para inglês ver, vereador ganhar dinheiro e a população ser vendida.

Mas você conhece essa lei? Sabe quem é o autor? Sabe outros artigos da lei que não são respeitados? Muitas perguntas podem ser feitas ao nosso leitor, e outras perguntas vão surgir depois da leitura deste post. Mas vamos começar pela lei.

O artigo 19, que é o cerne do problema diz o seguinte:”As concessões, permissões ou autorizações, ainda que de caráter precário ou que estejam em vigor por prazo indeterminado, e, operam no Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus no Município de Barra Mansa, permanecem válidas pelo prazo de 20 (vinte) anos (...)”. Esse absurdo foi aprovado pela Câmara, e as empresas de ônibus tiveram uma renovação de 20 anos. A explicação na época e contida na lei, é que este tempo seria suficiente para “amortizar” investimento realizados no Sistema Municipal de Transporte Coletivo, citando inclusive que a amortização mínima de cada investimento exige 12 anos. Mas então uma empresa que já estava em operação a mais de 40 anos, que é o caso da São João Batista, não teria a obrigação de fazer investimentos, pois a mesma opera e ganha lucros com isso? Ela precisa de algum incentivo por parte do poder Legislativo para ganhar dinheiro? Inclusive, a falta de investimento, e mesmo assim a sua operação, já não teria dado lucro o suficiente? E porque a ajuda dos vereadores?

Vamos então conhecer a história daquele exato momento. As empresas de ônibus já acostumadas a eternidade da operação do município, agora tinham um problema, o Prefeito da época Roosevelt Brasil, tinha declarado que iria abrir uma nova licitação. Com essa ameaça as empresas de ônibus correram atrás de uma ajudinha, a Câmara de Vereadores. A ideia era simples, criava-se uma lei que dava concessão automática, e morreria o assunto. E isso foi feito. Coube a Francis Bullos o papel ridículo de ser o autor da lei, mas fazer papel de ridículo é uma de suas especialidades. Francis Bullos, é o mesmo que em 2006 foi preso, ainda sendo vereador, por participação em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo Álvaro Lins e Garotinho. Em 2010 esse mesmo senhor foi condenado e disse que era inocente, algo comum entre os condenados por corrupção.

Lei colocada em pauta, teor duvidoso. A lei orbitava em torno do artigo 19 que beneficiaria, e beneficiou apenas as empresas de ônibus. Tudo mais na lei, era um grande blá blá blá, de fatos que já deveriam terem sido contemplados em leis anteriores. E o pior, sem a vontade de que nada, a não ser o artigo 19 entrasse em vigor. O Sistema de Bilhete Inteligente, só foi entrar em ação em 2010, quase oito anos depois da lei. Enfim, a Lei foi votada e aprovada, e ao ser enviada ao Executivo, ela é vetada. Encontramos a partir daí outro absurdo que persiste até os dias atuais, e não só em Barra Mansa, mas em muitas cidades por esse Brasil. Quando a Câmara tem algum projeto vetado pelo Executivo, ela pode quebrar este veto, até aí tudo bem, mas em Barra Mansa, esse voto da quebra do veto é feito secretamente. Porque? Porque ser voto secreto? Elegemos os nossos representantes na câmara para que eles se escondam? E foi assim, com voto secreto, que a Câmara de Barra Mansa derrubou o veto do prefeito, dando as empresas de ônibus mais 20 anos de concessão automática.

O resto da história muitos dos que aqui acessam, já conhecem. Passagens caras, ônibus com situações precárias, funcionários da São João Batista sem receber FGTS e INSS, e por aí vai. Mas algumas perguntas ficaram naquela época no ar e permanecem até hoje. Na verdade a resposta ela pode estar implícita, ou pode fazer parte do imaginário da população. O que se ganhou aprovando essa lei? Quem ganhou? As bocas também malditas dizem que muita coisa rolou, e acredito mesmo, mas sem provas viram boatos. Porque quebraram o veto do prefeito? Porque não abrir licitação? Essas empresas de ônibus bancam vereadores? Porque Francis Bullos decidiu criar uma lei para beneficiar as empresas de ônibus? Porque ele foi preso? Porque ele queria, na época que era vereador trocar o delegado da 90ª DP, que estava em cima da máfia dos caça níqueis? Isso tudo é mentira? Então as ligações telefônicas com autorização da justiça são mentirosas?

Muita coisa acontece porque o povo é omisso. A ausência da população da Câmara, a compra de voto, e complacência social com bandidos faz isso acontecer. Se acompanharmos as sessões e os legisladores, podemos fiscalizar seus trabalhos, e suas ações, não deixando essas atrocidades virem a ocorrer.

As perguntas ficam no ar e precisam ser refletidas, e as suas respostas, sejam quais for, apenas reforçam a idéia de que ainda precisamos mudar muita coisa. O importante é entender os fatos e compreender o ocorrido. Os nomes não podem ser esquecidos e nem mudados, e agora diante de muitas lutas contra as empresas de ônibus, precisamos entender que sem políticos eles não existiriam, explorando seus funcionários e a população. Esses políticos são eleitos para servirem ao sistema e não a população. Precisamos de políticos que os enfrentem, que partam para cima, que não tenham rabo preso, e nessa matéria, me parece que Barra Mansa já tem seu representante, graças a Deus.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A SAGA DE TENTAR SER ATENDIDO EM UMA UPA - SEM MÉDICOS E COM MENTIRAS.


No dia 13 deste mês tive que ir na UPA de Duque de Caxias, e com um tempo estimado de espera de mais de 9 horas, deu para perceber as deficiência de um sistema mentiroso de saúde. A UPA além de ser mais uma mentira de Cabral e companhia é também um curral, onde os animais são marcados, mortos e servidos na mesa de uma burguesia covarde, que não quer médico para pobre, mas que não precisa usar as filas de uma morte lenta.

Dá para sobreviver com um tempo estimado de atendimento desse?

No último dia 13 de Julho decidi por algo muito importante na vida de uma pessoa. Ir a UPA, ou não ir? Talvez seja essa uma das decisões mais sérias na vida de um homem, pois você pode estar escolhendo passar seus últimos dias em um sofrimento sem igual. Guardadas os devidos exageros, vamos a minha triste história. Neste dia 13, depois de já estar passando mal durante outros três duradouros dias, decidi ir a UPA. Fica perto da minha casa em Duque de Caxias, e com o acompanhamento da minha esposa a coisa ficaria mais fácil. Antes de sair de casa, pedi a ela para levar a câmera, já imaginando que algo poderia acontecer, e aconteceu.

Chegando até a UPA (Unidade de Péssimo Atendimento), logo percebi que a noite não seria das melhores. Logo de cara, a televisão que serve como monitor avisava que a espera por um atendimento era de mais de 7 horas. Não me assustei logo de cara, pois minha atenção se arremeteu para um senhor que reclamava a gritos. Ele alegava que estava lá a mais de 4 horas, e sem atendimento, iria sair dali direto para uma delegacia, para fazer um boletim de ocorrência. Logo outros presentes ao verem aquela manifestação, deram palavras de apoio ao pobre coitado que fatalmente não votará no Cabral. O então revoltado foi embora e eu fui chamado na recepção, onde uma moça sem nem se quer sentar, confirma o nome da minha mãe. Feito isso volto para o meu lugar e espero ser chamado pela “Classificação de Risco”. Passa algum tempo e sou chamado até esse medonho local. Não fui mal atendido por lá não, mas recebi uma pulseirinha, que no futuro da minha epopeia, descubro que significa que não sou, vamos dizer assim, o mais bem cotado na escala de prioridade. Agora além de doente, sou marcado, oh vida de gado.

O tempo começa a passar, e as dores aumentam, a febre aumenta,e  a minha paciência diminui. Minha esposa, então, ao meu pedido, saca a câmera e tira uma foto do monitor. Logo os olhares dos guardas, que são muitos a mais do que médicos, começam a nos intimidar. Na segunda foto, um guarda se dirige até nós dizendo que não poderíamos tirar foto algum naquele local, pois ele é público. Respondo então dizendo, que se é público é meu, e tiro foto do que é meu. Peço a ele também que ele me mostre a lei que me proíba de tirar a foto do monitor, que naquele momento já dizia que o tempo de espera para atendimento excedia as 8 horas. O guarda muito desconcertado decide me dizer que se eu quiser posso chamar uma viatura para reclamar os meus direitos. Não entendi sua indagação. Será que ele já estava me dizendo de ante mão que o que estava ocorrendo era errado? Acho que sim, então percebo que logo, as coisas não estão tão ruim assim, essa situação do guarda apenas prova de que todos já sabem que as enormes filas das UPA’s é ilegal, ou melhor dizendo, imoral.

O tempo passa ainda mais, e os atendimentos param. Já são mais de 9 horas estimada para um atendimento, segundo o monitor. A casa ainda estava cheia a bateria da câmera já tinha ido para o espaço, mas as reclamações aumentavam de maneira acelerada. A insatisfação já era insuportável e pessoas choravam na fila. Não bastando as pessoas estarem doente, marcadas, e desesperadas, elas também tiveram a necessidade de ficar em pé. Como assim? É isso mesmo, de uma hora para outra, uma pessoa entra por uma porta e volta a chamar os nomes das pessoas que estavam esperando. Depois dirigi essas pessoas até a porta do consultório, onde as pessoas foram instruídas a ficarem em pé até terem autorização de entrarem para o atendimento. Mas porque? Isso já não deveria acontecer, mas com as pessoas sentadas? Seria  essa ordem o medo de fotos, e da comprovação de que a falta de médicos deixa a UPA ainda mais cheia?

O sofrimento porém não tinha acabado. Depois do atendimento com o médico, fatalmente se passa por algum exame, que pode demorar em torno de até 3 horas para ficar pronto. Durante a minha medicação, passada pelo médico, não deu para esconder o espanto, ao ouvir das enfermeiras, que atendiam, uma conversava que revelava a falta de luvas para o atendimento e remédios para s medicações. Inclusive as luvas usadas naquele momento pelas enfermeiras já eram de tamanho inadequado.

Depois de mais de 4 horas dentro da UPA, e eu acho que dei sorte ainda, fui embora com um receita e algumas cartelas de “amoxicilina”. Outras pessoas ficaram mais tempo, e algumas desistiram do atendimento. Essa situação não é apenas uma exclusividade de Duque de Caxias. As UPA’s espalhadas pelo Rio de Janeiro estão todas assim, e para comprovar, basta dar uma passadinha em uma delas, e logo as pessoas poderão comprovar que a situação é um caos. A UPA nada mais é, do que o reflexo de um sistema de saúde falho e assassino, utilizado como manobra por Cabral para esconder uma das suas maiores deficiências. Ver tantas pessoas sem atendimento e a falta de médicos me fez recordar muita coisa que tenho lido nas redes sociais, principalmente com relação ao fato de se trazer médicos de outro local. Quem fica nas filas e sofrendo percebe claramente que o debate é muito mais simples do que se imagina, e que a classe médica é muito mais complicada do que se sabe. A máfia em torno do sistema de saúde é altamente condenável, e o sistema privado desnecessário, diante da obrigação do estado levar até as pessoas uma saúde qualidade. Mas ela existe e determina de uma certa maneira o bom funcionamento do sistema público. O debate é maior também, e não pode ser deixado o lado humano cerne da questão. As pessoas estão morrendo, e precisamos de médicos. Mas é fácil criticar, quando quem faz a crítica usa o sistema privado, sem a necessidade de sentir e usar as filas e as macas frias de um sistema corrupto bancado, e muito, pela inoperância, irresponsabilidade e interesse da classe médica brasileira, não generalizando, é claro. Precisamos de mais de tudo, e de menos discurso de uma galera direitista que não sabe a diferença entre Hábeas Corpus e Corpus Christi.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

O QUE ESCREVER? - TUDO, OU NADA.

Hoje decidi não escrever nada e ao mesmo tempo pensar em tudo. Pensar é bom, observar também, e quem sabe decido no que escrever. Mas a cada momento que penso também lembro, e essas lembranças me desanimo. Não dar para ser um brasileiro normal e ter memória curta. Esse hábito está nos matando, matando o Brasil.

O que escrever? Muitas vezes penso nisso. Mas penso muito mais que não escrever é um retrocesso para mim. Decido então apenas escrever, e quem sabe, meio que de repentino algo pode vir a minha mente e ganhar algum nexo.

Pensei em escrever sobre algo que vivi, mas logo desisti. Pensei em escrever sobre os problemas do Brasil, mas hoje, me perdoem, estou sem espírito para isso. Acho importante denunciar e escrever sobre os problemas que esse país vive e que tanto no assola, mas hoje não consegui pautar apenas um problema e dissertar sobre ele. Poderia falar sobre o Cabral e suas idas de helicóptero para o trabalho, mas enquanto eu ia andando para o meu, desisti. Poderia falar sobre a oposição no Brasil que é contra o Plebiscito. Li e ouvi no dia de ontem que o líder do movimento é o Eduardo Cunha, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro. Aí a minha memória me trouxe as lembranças de ter visto Eduardo Cunha pelas ruas de Barra Mansa, fazendo campanha. Essa lembrança me trouxe náuseas, pois se trata de um cara que faz acordo com qualquer um, e basta lembrar as pessoas que o acompanhavam em suas caminhada, assim como suas alianças. Sou obrigado também a lembrar que Eduardo Cunha assinou a favor da PEC 37, assunto esse que continuaremos abordando por aqui. Lembrando disso tudo, decidi não escrever sobre ele, pois ele só representa uma fatia que vende seu voto por um punhado de droga, uma outra de alienados políticos e de uma outra que adora um discurso cristão, mas que não são imitadores de Cristo.

Queria falar sobre futebol. Tá aí um tema que eu gostaria de abordar mais por aqui. Já cheguei a pensar em escrever semanalmente sobre isso, ou pelo menos duas vezes na semana, como se fosse um apanhado da rodada. Isso se tratando de Campeonato Brasileiro, quem sabe ainda faço isso, e quem sabe ainda este ano. Está algo a pensar. Mas escrever sobre isso agora ainda me causa problemas. Não consigo esquecer de quanto custou a Copa das Confederações, e que a mesma não trouxe nenhum retorno ao Brasil. Não consigo esquecer as cifras bilionárias disso tudo, enquanto na UPA, se demora horas para atender um miserável com dor.

Pensei em falar da EDUCAÇÃO. Aí me lembrei que o Senado em sua proposta retirou dinheiro da EDUCAÇÃO. E por acaso me lembrei que o Presidente do Senado é Renan Calheiros. Parei de vez de pensar nisso. Pelo menos hoje. Só hoje, ou talvez não.

Pensei falar da importância das Organizações de Base, mas aí me deparo com notícias de que pessoas sem nenhum comprometimento tentam pegar uma Associação para o claro proveito próprio. Isso obviamente se espalha por todo país. Sempre foi assim. As Associações de Moradores viraram currais eleitorais, sempre a serviço do interesse daqueles que não se mexem em prol da população. Mas fico feliz que as coisas podem mudar. Chego a essa conclusão quando vejo pessoas sérias lutando por seus bairro. Minhas saudações Simone.

Pensei em escrever sobre as mudanças das prefeituras em todo país nas eleições passadas. Mas aí desanimo, quando começo a procurar essas mudanças. Elas ainda não ocorreram, pelo menos não como prometidas. Me deparar com um palhaço que pediu voto para o incompetente do Zé Renato durante a eleição passada, tendo cargo de confiança no Governo de Jonas Marins em Barra Mansa, me leva a crer que ainda existe muita coisa a mudar, principalmente na base desta construção. Mas não quer dizer que as coisas não podem mudar, basta ter vontade política de que isso aconteça. Ainda creio que vai, pelo menos é a minha torcida.


 Pensei e não escrevi. Decidi no dia de hoje não falar de nada, apenas observar e relaxar. Nãos sei se deu certo. No final, continuo sem saber o que escrever, ou será que não.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

POLÍCIA MILITAR - A TROPA DO CABRAL.

Depois de dias sem postar nada, vamos falar de um problema nacional, com requintes de crueldade, a Polícia. Se tratando de Rio de Janeiro a coisa piora, e muito. O histórico é péssimo, e quem deveria proteger, passa medo. Nas manifestações ocorridas em todo país no mês passado, a Polícia também participou, sendo ela mesma, truculenta, incompetente e agindo pelos interesses de seus chefes, os governantes. A corrupção virou uma insígnia, quase uma honraria.


Há dias que estou para postar essa matéria. Por motivos pessoais, estive muito pouco na internet, impossibilitando de fazer as atualizações não blog. Mas aos poucos vamos tentando dar velocidade as postagens do blog.

Há dias também venho pensando nesta postagem e nesse assunto, a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Percebe-se claramente a falência desta instituição, e não é exagero dizer que a mesma é uma das instituições mais corruptas do estado. Quando criança, muitas vezes nos diziam no meio da rua o termo: “Olha a polícia aí, ela vai brigar”. A imagem passada por muitos adultos sobre a polícia, para com as crianças, é o reflexo do que ela representa para a sociedade. Em esquinas de cada lugar deste estado o perigo ronda, e por muitas vezes o medo é deflagrado pela própria polícia, que pratica extorsões e atos de truculência, e histórias neste sentido não faltam.

No governo Garotinho, muito se falou sobre a “Banda Podre”, da Polícia Militar, e aos poucos foi se percebendo, que esta banda era muito maior do que se imaginava. O filme “Tropa de Elite”, claro muito voltado para a força simbolizado do BOPE, dentro de um sistema todo corrompido, trata do assunto com detalhes que sempre deixou as chefias da PM com vergonha. A continuação do filme, detalhou ainda mais a corrupção dentro da corporação, e termina com uma mensagem de que a história pode não ter um final feliz. O fracasso de muitas UPP’s e o aumento da milícia, principalmente na Zona Oeste, traz ainda mais desconfiança sobre o sistema policial.

Claro, que muitos fatos sobre a Polícia, ficam ainda mais a tona com a participação negativa da mesma Polícia na repressão contra as manifestações, que ocorreram no mês passado. A Polícia espalhada em todo o país se destacou pela falta de habilidade da corporação. Muitos atos de truculência e covardia foram acometidos por aqueles que deveriam estar pronto a servir a população. E não estou falando de ato contra vândalos, e sim contra manifestantes. Com o advento das câmaras e redes sociais, fotos, e filmagens completas se espalharam pelo país mostrando como a Polícia pode ser mais do seu mesmo, incompetente, truculenta e bandida. NO vídeo abaixo, quase no seu final, podemos ver claramente a ação da polícia de maneira covarde.

A última foi vista ao vivo, por milhares de pessoas, pelo MidiaNinja. Na manifestação na porta do Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro. Morando em uma das áreas mais caras do Rio de Janeiro, no Leblon, Cabral teve na sua porta mais uma manifestação, que aconteceu de maneira pacífica, até a Polícia decidir ser ela mesmo. Com uma acusação mentirosa de que pedras estavam sendo atiradas por manifestantes, a polícia chegou ao ponto de tacar bombas dentro de um ônibus. Prendeu manifestantes na areia da praia, de cara no chão. Essa ação deveria acontecer com bandidos, os mesmos que são presos e soltos, depois de um agrado a Polícia Militar.

É óbvio que existe policiais sérios, que são prejudicados por uma maioria de bandidos de farda. Em todas as profissões existem indivíduos que envergonham a categoria. Tem muito professor ruim, advogado ruim, médico com má vontade e por aí vai. Mas o caso da polícia vem se mostrando um perigo constante, que vem amedrontando uma população, que tinha que ver nos mesmos policiais, o respeito, o cuidado e a segurança.


A Polícia precisa ser revista, porque neste momento é uma “Tropa do Cabral”, explorado pelo governo e alienado pelo mesmo. É necessário uma polícia que funcione, e que não exista apenas para agraciar a mídia sedenta de matérias. Não precisamos de uma polícia que não sabe o seu papel. Mas o que esperar de uma polícia governada por alguém que vendeu o Rio de Janeiro para empresários em troca de muitos milhões.

terça-feira, 2 de julho de 2013

A GREVE QUE NÃO ACONTECEU

A Greve do dia 1º de Julho não aconteceu. Mesmos sendo convocada pelas redes sociais, assim como outros movimentos, a greve não foi realizada. A ausência dos sindicatos foi sentida nas ruas. A já habitual covardia, desorganização e falta de representatividade estagnou os sindicatos em meio a um momento histórico do nosso país. Precisamos mudar esse país, e precisamos incluir nesta mudança as bases.

           
Depois de alguns dias sem computador, volto hoje a postar no blog, com algumas impressões formadas. Muita coisa aconteceu neste final de semana, e as manipulações não mudaram. As pessoas por si só continuam em um alvoroço e sem entender o que realmente devem e querem fazer. Mas a notícia que deixava todo mundo em alerta, ainda no domingo, era a possível greve na segunda. Os colégios, ainda na sexta feira, tinham mandado recados aos pais, que uma possível greve deflagrada poderia fazer com que as aulas não acontecessem. Muitos boatos ocorreram ao mesmo tempo. Em Duque de Caxias, pessoas espalhavam a notícia, de que moradores de algumas favelas próximas, caso houvesse uma grave, iriam para as ruas e queimariam tudo que encontrassem. Outras já afirmavam que os ônibus não iriam paras ruas na segunda de manhã.

Pois bem, a segunda chegou, mas a greve não. Ainda no olho do furacão vivido no mês passado, a idéia da greve dia 1º Julho ganhava força, mas a própria movimentação foi se enfraquecendo com o tempo. A greve fora convocada pelas redes sociais, assim como quase tudo no movimento vivido no mês de junho. Mas essa não emplacou. Na segunda pela manhã. No colégio onde trabalho, os alunos eram poucos e os ônibus eram muitos. Com a força dos boatos acima, e o medo de uma classe conservadora, as aulas foram comprometidas, e os diversos discursos de que essa movimentação toda está atrapalhando, começou a ganhar força.

Mas já era fato que a greve não funcionaria. Há algum tempo atrás, meu amigo, Gabriel Sobreira, já tinha me dito da importância do envolvimento de outras organizações nos movimentos. E com o tempo, para quem gosta de analisar as conjunturas, se observava que os sindicatos não se mexiam. O caráter informal que ganhava o movimento, não é a explicação para a ausência dos sindicatos. Ouvi de algumas pessoas que os sindicatos não poderiam entrar nas manifestações pois as mesmas não tinham identificação partidária. Grande besteira. A ausência dos sindicatos, vem pelo próprio caráter que eles se apresentam. São falhos e sem representatividade. Estão falhos em todos os sentidos e tomados por aproveitadores que visam uma transformação individual de seus membros. São falhos a apresentar propostas e adoram discutir o “sexo dos anjos”, com a clara intenção de nada dar certo.

São todos assim? Não. Mas a minoria não entra em estatística. A ausência dos sindicatos, não todos, mas a grande maioria, demostra o nível de comprometimento dos mesmos. Se a mesma falta for justificado pelo apartidarismo, aí a coisa fica ainda pior. A greve não deu certo, porque também na verdade ela não foi iniciada na sua base, o trabalhador. Ele até quer, mas não vê na sua representação de base estrutura, ou simplesmente, vontade política disso acontecer. A outra pergunta, que todos se fazem, quanto se fala dos sindicatos é: Estão comprados? Se estão, por quem? São perguntas com respostas, mas que não tenho a intenção de citar aqui. Acho que cada um precisa fazer sua análise. O importante é que os passos que teremos que dar agora dependem dos rumos que queremos seguir. Não acho que a discussão se encontra em um referendo ou um plebiscito, mas em algo maior.

Na minha opinião precisamos continuar rumando a um processo de mudança, mas com a responsabilidade de saber o que se quer, para acabar não criando mais monstros para combatermos.