A Pesquisa divulgada pela
Jornal “A Voz da Cidade” não nos revela surpresas. Jonas na frente e o governo
rejeitado. Na nossa análise tentamos colocar um pouco de luz sobre o futuro
administrativo de Barra Mansa. Mas como alguns gostam de dizer: “Política é
igual ao futebol, é uma caixinha de surpresas.” Porém se vamos comparar
política a futebol, o governo de Barra Mansa é a cara da diretoria do Flamengo.
A pesquisa eleitoral publicada hoje no Jornal
“A Voz da Cidade”, não foi tão reveladora assim, ela apenas oficializa aquilo
que já sabíamos e sabemos. Alguns talvez não tinham chegado a essa conclusão
porque estão trancados em gabinetes no “País das Maravilhas” e provavelmente,
as regras contratuais não aceitem a possibilidade de enxergar o que há a sua
volta. Outro fator importante do porque que algumas pessoas não sabiam do que
está ocorrendo é a falta de identidade com o povo, o que tem desgastado esse
governo e aqueles que insistem em dizer que está tudo uma maravilha.
O resultado da pesquisa reforça a idéia de
que o sentimento de mudança expresso nos rostos de cada homem e mulher “livre”
desta cidade. Eu digo “livre”, porque alguns estão presos nas amarras dos
poderosos, em troca de migalhas pragmáticas. Por isso vamos analisar com
cuidado dois pontos desta pesquisa, a intenção de voto e a rejeição.
Imagem do Jornal A Voz da Cidade
Começando pela intenção de voto, o resultante
é a clara idéia do que se vê e o que se sente pelas ruas. A vontade de mudar é
forte demais, e acho muito difícil ela ser revertida. Ainda mais se tratando de
um monte de amadores a frente do governo, que estão batendo cabeça e tropeçando
nos próprios egos. Jonas lidera, pois se coloca com clareza diante de uma
situação caótica, não foge dos debates e se lança nas ruas e na mídia como a
opção, não tem sobre si mácula de uma governabilidade, não tem mandato e vive
uma crescente eleitoral, tem o perfil popular e sabe usar bem isso ao seu
favor. Inês vem logo atrás, com a força do PT, que governa o país há 10 anos,
vive o momento da mulher política, que nas urnas tem uma força maternal, mas,
porém nesta pesquisa ainda não dá para medir o estrago das últimas notícias, já
que a agência MIND PESQUISAS realizou a mesma entre os 16 e 18 de maio, e a
notícia da possível cassação da Deputada veio no dia 29. O Prefeito Zé Renato
aparece em terceiro e em uma distância considerável dos outros candidatos,
claro que o fato de ter a máquina na mão tem que ser respeitado, e a sua
coordenação política aposta todas as fichas nisso. Mas pelo andar da carruagem,
como veremos mais para frente, a rejeição o pode causar mais estragos na medida
em que o tempo passa. Paulo Consenza e Tuca estão juntos na mesma incerteza,
continua ou desiste?
Se as eleições fossem hoje, em qual ou quais
candidatos você NÃO votaria de jeito nenhum?
1º Inês Pandeló (PT) – 28,4%
2º Zé Renato (PMDB) – 26,4%
3º Tuca (PR) – 9,1%
4º Paulo Consenza (PSDB) – 8,4%
5º Jonas Marins (PC do B) – 6,2%
*Fonte: MIND PESQUISAS
A rejeição como sempre gosto de dizer é um
show a parte. E nela o cenário é ainda pior para dois dos três líderes da intenção
de voto. O primeiro na rejeição é a Deputada Inês Pandeló, e talvez a explicação
seja ainda seu primeiro mandato como prefeito que vem causando ainda
transtornos eleitorais. Logo depois vem o atual Prefeito Zé Renato que aparece
com um alto índice de rejeição, ainda mais considerando também os dados da
mesma pesquisa publicada no dia de ontem, ontem a maioria dos mil entrevistados
afirmaram que não há ponto forte no governo do PMDB. Esta rejeição porém é
vista com clareza nas ruas, e existe candidatos a vereadores, que historicamente
não largam a boquinha, e estão com medo de levar o nome do prefeito para rua.
Tuca aparece na terceira colocação em relação a rejeição e se complica ainda
mais, pois tem mais rejeição do que voto. Jonas Marins é o último em rejeição
de todos os pré-candidatos a prefeito de Barra Mansa. Vale ainda dizer que 25%
dos entrevistados não rejeitam ninguém, e 9% que rejeitam todos.
Mas porque a rejeição do atual governo é tão
alta? Essa resposta não é difícil, basta andar pelas ruas e pular os buracos.
Basta ir nos postos de saúde e esperar, esperar e esperar atendimento, e ainda
ter que torcer para nenhum reboco cair na sua cabeça. Basta ir nas escolas e
conversar com os profissionais da educação e verem a insatisfação dos mesmo
coma administração municipal. Basta ver
os horários faltando professores e passar na sala dos diretores indicados pelo
prefeito. Isso tudo é reflexo de um governo sem planejamento, que não consegue
abrir um buraco sem data para fechá-lo, um governo onde as obras não acontecem,
mas são anunciadas, e seus anúncios viram grandes festas de inauguração. É o
retrato de um governo engessado pelos acordos espúrios que fez. Um governo que
nomeia comissionados para a procuradoria para ganharem 3 vezes mais do que o
procurador concursado. Essa pesquisa é o retrato de um governo rejeitado, que
se cerca de vereadores rejeitados e que vão se afundar juntos. Dá para entender
porque está com o índice de rejeição alto?
Para título de análise vamos fazer um
comparativo com relação a última eleição. Alguns gostam de lembrar que Zé Renato
era praticamente o último nas pesquisas anteriores a eleição passada, mas tenho
como professor de história que lembrar aos navegantes que o momento agora é
outro. O jogo em 2008 foi virado por vários fatores. Naquela época Roosevelt
Brasil estava no páreo, e hoje como está inelegível, além de não poder se
candidatar, ainda tem limites de participação eleitoral, pois tem um cargo no
Estado que o proíbe. A chapa que se opunha ao governo daquela época era Ademir
Melo e Paula Nader, e esse último sobre nome somado com as muitas lambanças de
Ademir deram medo na população, e alavancaram o nome de Zé Renato que até então
ninguém sabia quem era. Para piorar a situação dos dias atuais, o próprio Zé
namora com os Nader, e a empolgação dos mesmos é de deixar o queixo caído. E
para desandar de vez, naquela época não tinha tanto lambão na frente do
governos como tem hoje, tem gente que nem mora em Barra Mansa.
A situação agora é outra, e eu não poderia
deixar de dizer que o maior de todos os fatores é o sentimento de mudança. O
povo quer mudar, não agüenta mais votar nos mesmos. Claro que a política é
igual ao futebol, é uma caixinha de surpresas, mas se vamos mesmo comparar a
política ao futebol, o Governo de Barra Mansa é a cara da diretoria do
Flamengo.