sábado, 20 de abril de 2013

ÍNDIO, QUEM SÃO ESSES? - O BRASIL DE CABRAL, DO EIKE E QUEM SABE DO ÍNDIO.


Na comemoração pelo Dia do Índio, tudo o que vemos é a deterioração do que ainda resta da história indígena deste país. Depois de expulsões, escravizações, e de massacres, o índio vive agora um esquecimento cultural da nossa sociedade. Nas escolas, crianças são pintadas e enfeitadas como qualquer coisa, menos um índio brasileiro, e na Aldeia Maracanã, o Governador Cabral expulsa índios de seu museu, para dar a Eike Batista, mais razão para sorrir. Há o que comemorar?


O Dia do Índio passou, e para muitos não foi apenas o “Dia”, mas sim o índio, que já passou. Não se tem muito o que dizer sobre essa comemoração, onde nada se comemora. O que comemoramos no Dia do Índio? O fato de sua matança? O sumiço de suas culturas? Ou o fato de nós fingirmos que eles não existem? A grande verdade é que inventamos datas comemorativas para diminuir a consciência do fato de que nunca lembramos do que é realmente necessário. O índio é necessário, e precisa ser cuidado, ainda mais depois de anos de maus tratos e abandono.

Massacre de índios pelos portugueses
Começamos então por 1500, data que figura como oficial, não é, mas trataremos a partir daí. Com Portugal colonizando o Brasil os interesses de início começam através da extração do Pau-Brasil, madeira importante para época, e que existia em abundância no Brasil. O grande alvo era o ouro, mas não foi achado logo de início. Na extração da tão nobre madeira o lado explorador do português se faz revelar ao índio, que é escravizado, tem terras tomadas e começam o seu processo de extermínio. Tribos inteiras eram retiradas do mapa. Foram caçados, assassinados, escravizados, e aculturados pelos europeus , que através da Igreja, e a o discurso de civilidade, destruíram a cultura indígena. Em nome de Deus, foram massacrados, e tudo debaixo da benção religiosa.

Não aceitaram a escravidão, e lutaram, mas morreram. Perderam, e perderiam nos próximos séculos. Na medida em que o Brasil crescia, eles iam sendo dizimados, e na medida em que o tempo ia passando, eles eram sendo esquecidos. Na luta desigual por terra, e pelo interior do Brasil, através de um desenvolvimento mentiroso, e que só traria enriquecimento a poderosos, mais uma vez o índio se viu prejudicado. Um relatório foi elaborado onde as atrocidades aos indígenas foi relatada. O “Relatório Figueiredo”, que tinha sumido, e foi achado intacto no Museu do Índio no Rio, traz a tona torturas e assassinatos. Entre denúncias de caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites atiradas de aviões, inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de açúcar misturado a estricnina, o texto redigido pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia ressuscita incontáveis fantasmas e pode se tornar agora um trunfo para a Comissão da Verdade, que apura violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988. Os únicos registros do relatório disponíveis até hoje eram os presentes em reportagens publicadas na época de sua conclusão, quando houve uma entrevista coletiva no Ministério do Interior, em março de 1968, para detalhar o que havia sido constatado por Jader e sua equipe. A entrevista teve repercussão internacional, merecendo publicação inclusive em jornais como o New York Times. No entanto, tempos depois da entrevista, o que ocorreu não foi a continuação das investigações, mas a exoneração de funcionários que haviam participado do trabalho. Quem não foi demitido foi trocado de função, numa tentativa de esconder o acontecido.

Mesmo após a criação da Reserva do Xingu, as coisas não mudaram. Durante a construção da interminável Rodovia Transamazônica, muitos índios foram mortos e retirados de suas terras. Em vários lugares por todo o Brasil fazendeiros lutam por mais terras, e violam os direitos dos índios por suas terras, visando assim o aumento de suas terras produtivas e seus lucros.

No meio urbano, não existe muita diferença. Um símbolo da luta do índio, a Aldeia Maracanã, criada por Darcy Ribeiro, em 1972, no prédio construído em 1910, para abrigar a sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). O local onde foi construído o prédio tinha sido doado em 1865 pelo Duque de Saxe para a construção de um centro de investigação indígena. Um prédio historicamente ligado a causa indígena foi invadido pelos mesmo em 2006, depois de décadas de abandono. O Brasil então ganha o direito de sedia a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, e com isso o mesmo Museu, passa ficar na mira das autoridades públicas que vêem na construção um problema urbanístico. Resultado? Faça-se o que sempre foi feito, expulsa-se os índios. Porque ser diferente agora?

Isso tudo tem um resultado. As escolas espalhadas pelo nosso país fazem comemorações neste dia. E por aí aparecem crianças enfeitadas e pintadas, mais parecidas com índios americanos, do que brasileiros. Retratam os índios sem nenhuma fidelidade, e na verdade, bem sei se sabem realmente como viviam os índios. Daí nasce mais um problema, se não sabe, como vai ensinar? E a partir desta prática conseguimos com muita eficiência destruir cada vez mais a memória dos nossos índios, ou seja, continuamos os expulsando e os matando.

Quero terminar com uma simples pergunta. Quem estava aqui antes de Cabral? Os índios, é claro, que na verdade nãos e chamavam assim, isso é uma nomenclatura dado pelos europeus. Mas, porém se os índios estavam por aqui antes da chegada dos portugueses, como ainda falamos que fomos descobertos por Cabral? Os portugueses, seja quando foi, não se descobriu nada, pois aqui já existiam outras pessoas. Em cima deste mesmo caminho de pensamento, eu pergunto. Quem é o dono desta terra? Onde eles estão hoje? Implorando por terra. E no tocante a Aldeia Maracanã, vemos um Governador sem a menor sensibilidade cultural, massacrar índios, para poder passar seu patrimônio ao seu amigo Eike, que explorará a riqueza capitalista do lucro, na terra que sairá a preço de banana, graças a voluptuosas remessas de dinheiro, num processo corrupto e corrosivo da nossa sociedade E vivemos uma repetição contínua da nossa história, onde de não importando qual é o Cabral, o índio sempre se dará mal.

2 comentários:

  1. PARABENS SAMUEL! O CABRAL DE HOJE (O SERGIO) CONSEGUIU SUPERAR O CABRAL DE ONTEM (O PEDRO) O DE HOJE TEM AO SEU FAVOR A MÍDIA,(TV GLOBO) O PODER ECONOMICO (EIKE BATISTA) E O PIOR DE TUDO ISTO, E COM A NOSSA CONIVÊNCIA, POIS O NOSSO VOTO PERMITE QUE ESSE TIPO DE ATITUDE CONTINUE SENDO PRATICADA. PRECISAMOS REDESCOBRIR NÃO UM PAÍS, MAS SIM UMA NAÇÃO.
    UM ABRAÇO MARCÃO (NOVA VIDA)

    MARCÃO

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  2. http://edsonjnovaes.wordpress.com/2014/02/28/santo-padre-jose-de-anchieta/

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