Na comemoração pelo Dia do Índio, tudo o que
vemos é a deterioração do que ainda resta da história indígena deste país.
Depois de expulsões, escravizações, e de massacres, o índio vive agora um
esquecimento cultural da nossa sociedade. Nas escolas, crianças são pintadas e
enfeitadas como qualquer coisa, menos um índio brasileiro, e na Aldeia
Maracanã, o Governador Cabral expulsa índios de seu museu, para dar a Eike
Batista, mais razão para sorrir. Há o que comemorar?
O
Dia do Índio passou, e para muitos não foi apenas o “Dia”, mas sim o índio, que
já passou. Não se tem muito o que dizer sobre essa comemoração, onde nada se
comemora. O que comemoramos no Dia do Índio? O fato de sua matança? O sumiço de
suas culturas? Ou o fato de nós fingirmos que eles não existem? A grande
verdade é que inventamos datas comemorativas para diminuir a consciência do
fato de que nunca lembramos do que é realmente necessário. O índio é necessário,
e precisa ser cuidado, ainda mais depois de anos de maus tratos e abandono.
Massacre de índios pelos portugueses |
Começamos
então por 1500, data que figura como oficial, não é, mas trataremos a partir
daí. Com Portugal colonizando o Brasil os interesses de início começam através
da extração do Pau-Brasil, madeira importante para época, e que existia em
abundância no Brasil. O grande alvo era o ouro, mas não foi achado logo de
início. Na extração da tão nobre madeira o lado explorador do português se faz
revelar ao índio, que é escravizado, tem terras tomadas e começam o seu
processo de extermínio. Tribos inteiras eram retiradas do mapa. Foram caçados,
assassinados, escravizados, e aculturados pelos europeus , que através da
Igreja, e a o discurso de civilidade, destruíram a cultura indígena. Em nome de
Deus, foram massacrados, e tudo debaixo da benção religiosa.
Não
aceitaram a escravidão, e lutaram, mas morreram. Perderam, e perderiam nos
próximos séculos. Na medida em que o Brasil crescia, eles iam sendo dizimados,
e na medida em que o tempo ia passando, eles eram sendo esquecidos. Na luta
desigual por terra, e pelo interior do Brasil, através de um desenvolvimento
mentiroso, e que só traria enriquecimento a poderosos, mais uma vez o índio se
viu prejudicado. Um relatório foi elaborado onde as atrocidades aos indígenas
foi relatada. O “Relatório Figueiredo”, que tinha sumido, e foi achado intacto
no Museu do Índio no Rio, traz a tona torturas e assassinatos. Entre denúncias
de caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites atiradas de aviões,
inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de açúcar
misturado a estricnina, o texto redigido pelo então procurador Jader de
Figueiredo Correia ressuscita incontáveis fantasmas e pode se tornar agora um
trunfo para a Comissão da Verdade, que apura violações de direitos humanos
cometidas entre 1946 e 1988. Os únicos registros do relatório disponíveis até
hoje eram os presentes em reportagens publicadas na época de sua conclusão,
quando houve uma entrevista coletiva no Ministério do Interior, em março de
1968, para detalhar o que havia sido constatado por Jader e sua equipe. A
entrevista teve repercussão internacional, merecendo publicação inclusive em
jornais como o New York Times. No entanto, tempos depois da entrevista, o que
ocorreu não foi a continuação das investigações, mas a exoneração de
funcionários que haviam participado do trabalho. Quem não foi demitido foi
trocado de função, numa tentativa de esconder o acontecido.
Mesmo
após a criação da Reserva do Xingu, as coisas não mudaram. Durante a construção
da interminável Rodovia Transamazônica, muitos índios foram mortos e retirados
de suas terras. Em vários lugares por todo o Brasil fazendeiros lutam por mais
terras, e violam os direitos dos índios por suas terras, visando assim o
aumento de suas terras produtivas e seus lucros.
No
meio urbano, não existe muita diferença. Um símbolo da luta do índio, a Aldeia
Maracanã, criada por Darcy Ribeiro, em 1972, no prédio construído em 1910, para
abrigar a sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). O local onde foi
construído o prédio tinha sido doado em 1865 pelo Duque de Saxe para a
construção de um centro de investigação indígena. Um prédio historicamente
ligado a causa indígena foi invadido pelos mesmo em 2006, depois de décadas de
abandono. O Brasil então ganha o direito de sedia a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas
de 2016, e com isso o mesmo Museu, passa ficar na mira das autoridades públicas
que vêem na construção um problema urbanístico. Resultado? Faça-se o que sempre
foi feito, expulsa-se os índios. Porque ser diferente agora?
Isso
tudo tem um resultado. As escolas espalhadas pelo nosso país fazem comemorações
neste dia. E por aí aparecem crianças enfeitadas e pintadas, mais parecidas com
índios americanos, do que brasileiros. Retratam os índios sem nenhuma
fidelidade, e na verdade, bem sei se sabem realmente como viviam os índios. Daí
nasce mais um problema, se não sabe, como vai ensinar? E a partir desta prática
conseguimos com muita eficiência destruir cada vez mais a memória dos nossos
índios, ou seja, continuamos os expulsando e os matando.
Quero
terminar com uma simples pergunta. Quem estava aqui antes de Cabral? Os índios,
é claro, que na verdade nãos e chamavam assim, isso é uma nomenclatura dado
pelos europeus. Mas, porém se os índios estavam por aqui antes da chegada dos
portugueses, como ainda falamos que fomos descobertos por Cabral? Os
portugueses, seja quando foi, não se descobriu nada, pois aqui já existiam
outras pessoas. Em cima deste mesmo caminho de pensamento, eu pergunto. Quem é
o dono desta terra? Onde eles estão hoje? Implorando por terra. E no tocante a
Aldeia Maracanã, vemos um Governador sem a menor sensibilidade cultural,
massacrar índios, para poder passar seu patrimônio ao seu amigo Eike, que
explorará a riqueza capitalista do lucro, na terra que sairá a preço de banana,
graças a voluptuosas remessas de dinheiro, num processo corrupto e corrosivo da
nossa sociedade E vivemos uma repetição contínua da nossa história, onde de não
importando qual é o Cabral, o índio sempre se dará mal.
PARABENS SAMUEL! O CABRAL DE HOJE (O SERGIO) CONSEGUIU SUPERAR O CABRAL DE ONTEM (O PEDRO) O DE HOJE TEM AO SEU FAVOR A MÍDIA,(TV GLOBO) O PODER ECONOMICO (EIKE BATISTA) E O PIOR DE TUDO ISTO, E COM A NOSSA CONIVÊNCIA, POIS O NOSSO VOTO PERMITE QUE ESSE TIPO DE ATITUDE CONTINUE SENDO PRATICADA. PRECISAMOS REDESCOBRIR NÃO UM PAÍS, MAS SIM UMA NAÇÃO.
ResponderExcluirUM ABRAÇO MARCÃO (NOVA VIDA)
MARCÃO
http://edsonjnovaes.wordpress.com/2014/02/28/santo-padre-jose-de-anchieta/
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