domingo, 7 de abril de 2013

A LONGA NOITE DOS GENERAIS - PARTE 5 (ÚLTIMA): A HERANÇA DA DITADURA


Na última postagem da nossa série, vamos as conseqüências da Ditadura, e a herança que temos até hoje em nosso país. A passividade com que vemos as coisas é uma das heranças da Ditadura. Façamos uma reflexão da nossa democracia e suas falhas. Mas ainda é melhor ela, do que as tortura dos generais.

Nas últimas quatro postagens falamos apenas sobre o Regime Militar. A intenção foi simples, não deixar cair no esquecimento o que significou a Ditadura Militar. O tempo pode passar, mas as marcas não foram, nem podem ser apagadas.

Muito se fala do futuro deste país, mas muito rapidamente se esquece do seu passado, e podemos com ele aprender muito, para que o que ainda está por vir.

No facebook, um grande amigo, me indagou sobre a democracia existente no Brasil, perguntou se eu acredito nela. Não, eu não acredito nesta democracia. Porque na verdade ela tem momentos democráticos, mas o poder não está na democracia. As eleições por exemplo estão nas mãos daqueles que têm dinheiro, e somado com um povo sem educação, está feito a desgraça. A eleição ela é uma arma da democracia, mas no Brasil, assim como em outros lugares do mundo, tem seus mecanismos alterados para beneficiar bandidos, que por trás da democracia, e em detrimento do povo, tomam conta deste país e governam em benefícios próprios ou em benefício de seus amigos.

Apesar de entender que a democracia em que vivemos é falha, ela ainda é o que temos, e pelo menos ainda podemos dizer o que pensamos. Podemos ter opiniões e expressá-las, mesmo que atualmente,as pessoas estejam sendo julgados por suas opiniões. Na democracia respeitamos as posições das pessoas, mesmo que não concordemos com elas. Não quer dizer que precisamos seguir suas opiniões, mas a respeitamos. Na democracia temos liberdade para pensar, e para agir, dentro das limitações impostas pelo respeito ao próximo. Mas não é bem isso que vemos, mas é assim que ela deveria funcionar.

Para um país realmente exercer o âmago da democracia é importante acima de tudo educação. Na Ditadura Militar, não só a liberdade nos foi retirada, mas alguns dogmas foram colocados e persistem até hoje. Um povo sem educação, e que não consegue entender o significado da importância dela, acaba gerando gerações deficientes, em todos os sentidos. Com a repressão, a capacidade do senso crítico foi grandiosamente atingida. As pessoas não conseguem discernir seus problemas de maneira crítica, e quando conseguem, são atacados pela grande herança do Regime Militar, a passividade. Talvez sejamos o povo mais pragmático do mundo. Vivemos o momento, e por muitas vezes não entendemos que nossas ações hoje, selam o nosso futuro.

Outra herança da Ditadura Militar é a idéia que se apresentou na sociedade que a contestação é algo errado. A manifestação então é baderna, ato de quem não tem o que fazer. Se alguém pensa, e vive realmente seu senso crítico, é um revoltado, não merece crédito. Tem sempre aquele termo:”Querem tumultuar”. O jovem passou a ser rotulado como rebelde, e com o passar do tempo, acabou sendo. A rebeldia durante o Regime, era contra a ordem, mas que ordem? A dos militares.A nossa sociedade é hipócrita, e gosta de ser assim. Gosta de criticar quem fala algo, mas não se movimenta para mudar as coisas. Prefere ver a novela, que reflete a esperança de dias melhores, ou da riqueza de mocinhos, que tanto a população queria ter, e nunca terá. O brasileiro gosta de fugir da realidade, porque na verdade não quer ser o que é. Idolatra o que vem de fora, e isso aumentou muito nos “anos de chumbo”. Idolatramos os Estados Unidos. Sua língua e sua cultura estão aqui no Brasil, nos escravizando e definindo muitas vezes nosso modo de vida. O Estados Unidos é um capítulo a parte. Esteve envolvido diretamente no Golpe Militar de 1964, financiando e dando suporte para tal. Os presidentes militares sempre fizeram a vontade dos americanos.

Os militares em suma, na minha opinião, não deixou nada que presta. Como herança, além do que já citei, também existe um endividamento externos grandioso do país, decorrente da construção de grandes obras com  licitações forçadas para grupos de grandes empreiteiros que juntamente com grandes empresas financiaram o Golpe de Estado. Parecido com o que Sérgio Cabral faz no Rio de Janeiro.

Encerramos assim a nossa série de postagens sobre a Ditadura. Encerro sabendo que o medo de algo parecido acontecer novamente é mínimo, mas que não podemos esquecer. Temos ainda que julgar esses assassinos que estão soltos. Milhares de pessoas foram torturadas, mortas e desaparecidas. Mas nunca esquecidas. A ativação da Comissão da Verdade pode, quem sabe colocar luz a muitas histórias tenebrosas escondidas nos porões da Ditadura. Quem sabe isso não acontece. É uma esperança, apesar que depois de muita tortura, a esperança, não morreu, e persiste, graças a Deus,  em existir e morar no Brasil.

Acesse também as outras partes da série: "A Longa noite dos generais", é só clocar abaixo:

A LONGA NOITE DOS GENERAIS - PARTE 1: UM GOLPE NA ESPERANÇA DO POVO



Um comentário:

  1. Sérgio Cabral está cuidando muito bem do Rio de Janeiro. Nunca vi tanta mudança positiva em muitos anos.

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