quarta-feira, 3 de abril de 2013

A LONGA NOITE DOS GENERAIS - PARTE 3: O PRESIDENTE DA CBF E A DITADURA - A MORTE DE VLADIMIR HERZOG


Hoje veremos a ligação entre o atual Presidente da CBF com a Ditadura Militar. Seus discursos levaram a morte de Vladimir Herzog. José Maria Marin era Deputado em São Paulo pela ARENA. Apoiador direto do Regime, Marin rasgava de elogios o delegado Fleury, torturador e assassino. A Ditadura e suas ligações tenebrosas até o dia de hoje.

Qual seria a relação entre José Maria Marin, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e o jornalista morto pela ditadura Vladimir Herzog? Sem rodeios e indo direto ao assunto, vamos fazer uma explicação breve sobre assunto. Em 1975, Herzog dirigia a TV Cultura. O Regime Militar que naquela altura já tinha torturado e matado milhares de pessoas,se achava o dono do Brasil, e tinha o apoio de políticos, como Marin, que era deputado pela ARENA. Em um discurso na Assembléia Legislativa em 1975, Marin, pedia “providências para o que está acontecendo no Canal 2”. Marin, falava diretamente sobre Herzog, que era um opositor ao Regime. Dezesseis dias depois Herzog foi chamado para prestar esclarecimentos no Doi-Codi, em São Paulo. Entrou e nunca mais saiu. O Governo na época divulgou que Herzog se matou, e ainda apresentou uma foto safada, onde Herzog morto, se suicidara de uma altura onde seu corpo poderia ficar perfeitamente de pé. O responsável pelo Doi-Codi de São Paulo era nada menos do que Sérgio Fleury, um assassino e torturador, que ficou conhecido como principal integrante do “esquadrão da morte”. Fleury foi agraciado durante a Ditadura com vários prêmios, e escolhido delegado do ano em duas ocasiões, mesmo com acusações de homicídios e torturas.

A verdade é que Vladimir Herzog foi preso ilegalmente, torturado e morto pelo Regime Militar. O discurso de Marin foi fundamental, para esse ato. Dias depois Marin voltou a tribuna da Assembléia Legislativa em 1975 e declarou: Queremos nesta oportunidade, prestar nossos melhores cumprimentos a um homem que, de há muito, vêm prestando relevantes serviços à coletividade, embora nem sempre tenha sido feita justiça ao seu trabalho", disse Marin, que prosseguiu. "Referimo-nos ao Delegado de Polícia Sérgio Fleury. Existe mais o que declarar? Não.

José Maria Marin, era apoiador da Ditadura, instigando mortes e torturas. O atual Presidente da CBF, uma das instituições mais sombrias do país, é tão assassino quanto aqueles que mataram Herzog. Esse é o homem que comanda o futebol brasileiro, um bem nacional, que pertence ao povo. Sobre a CBF existem todos os tipos de acusações. José Maria Marin também é aquele que roubou uma medalha na premiação da Copa São Paulo de futebol Junior em 2012.

O nosso país está cheio desses monstros soltos por aí. Assassino que nunca foram julgados, e seus crimes ferem a nossa humanidade. Não sou muito otimista com a Comissão da Verdade, acho que ela até quer abrir arquivos, elucidar assuntos, mas não acredito que exista coragem para se fazer prisões e levar esses bandidos a julgamentos. Não consigo, porém, entender como pode haver democracia com estas pessoas soltas, participando de atividades populares, como se fossem pessoas de bem. Entre eles estão Paulo Maluf, José Sarney, Marco Maciel, Pedro Simon, Antonio Carlos Magalhães (já no Inferno), Agripino Maia (a família), Romeu Tuma (era da Polícia, só entrou para a política depois), Íris Resende, Jarbas Vasconcelos, Jarbas Passarinho (não sei se ainda esta vivo), Antonio Fleury Filho (também veio da Polícia) e Delfim Neto.

A ligação entre essa triste página da nossa história e pessoas que hoje estão no poder, precisa ser reavaliada, e podemos incluir a Globo. Essa avaliação precisa ser feita por nós mesmos, esta conscientização tem vir da escola. A educação é a única arma contra o autoritarismo e a intolerância.

Amanhã veremos a música na Ditadura, e a atuação de Chico Buarque na oposição contra o Regime e as suas memoráveis composições. Na sexta terminaremos a nossa semana especial de postagens, recordando a Ditadura Militar e seus horrores.

Abaixo o vídeo, que prova quando José Maria Marin rouba uma medalha na mão grande, na premiação da Copa São Paulo. Belo exemplo.


Acesse também:


A LONGA NOITE DOS GENERAIS - PARTE 2: A DITADURA EM FOTOS.





Nenhum comentário:

Postar um comentário