Os protesto que se espalharam pelo país
começaram de maneira diferente. Nas Redes Sociais, a Globo não consegue dominar
os assuntos, e a mídia governamental não consegue atingir a massa. Esse
movimento sem líderes está fazendo algo inédito, e muito bom. Porém precisa de
um norte, e também tem suas falhas. Mas na vida tudo tem um lado positivo, e
outro negativo, e neste caso, o Brasil ganha muito mais do que perde. Vem pra
rua mudar esse país.
Os protestos que tomam conta do país
já não dão mais para contar. Não se tem mais controle sobre os números, e a tendência
é que eles aumentem. Os protesto se iniciaram contra o aumento das passagens de
ônibus, mas agora o Brasil é o próprio protesto. De maneira inteligente a pauta
foi ampliada, e a população ao se identificar com as causas foi para a rua. E
na mediada em que a população levantava e ainda se levanta, da sua já habitual
inércia, muitos são os detalhes que explicam o sucesso de dos movimentos, que
agora estão espalhados por todo o país. O movimento cresceu de uma tal maneira
que algumas pontuações precisam ser feitas, e juntamente com algumas
explicações, podem trazer a tona respostas para algumas perguntas.
Essas manifestações não são bem uma
incógnitas. Elas são diferentes, principalmente na sua organização. A grande
verdade ela se caracteriza pelo fato de não ter uma organização específica. O
movimento passou a existir nas redes sociais, em particular pelo Facebook. E
por lá mesmo foi se espalhando. Pessoas comentavam e compartilhavam imagens,
vídeos e idéias. Essa interação trouxe o principal, a identificação. De início
como já disse acima, o aumento da passagem dos ônibus era o estopim, mas hoje,
já não são mais por 0,20 centavos. Essa situação totalmente atípica, além de
nos trazer uma felicidade,pois vemos um momento de uma consciência política bem
definida, também nos traz incertezas. Ainda vou argumentar sobre elas, mas
ainda quero falar mais sobre esse momento positivo. Um movimento iniciado pela
internet não consegue ter uma organização de liderança. O que se tem percebido
em todas as passeatas é que não existe uma liderança evidente. Na Candelária
segunda feira isso foi visto e sentido, e muito bem recebido por muitos. Com
essa proporção os movimentos sociais se organizam e continuam indo a rua, e
cada vez com mais força;
O lado negativo do modo como nasceu
esse movimento, é que a falta de organização acaba atrapalhando. Ouros fator é
a politização do movimento, que ao receber todos, acaba em alguns momentos não
dizendo nada. Um exemplo é a falta de norte disso tudo. As passagens baixaram,
o que revelou com isso também os subsídios negociados e operados. Essa redução
nas passagens não pode acabar com o movimento, até porque o mesmo se revelou ir
além disso. Mas até onde vamos? Essa pergunta eu me fiz várias vezes nos
últimos dias, e mesmo assim não desanimei. Mas de qualquer maneira não é fugir
da luta, analisar que o barco é forte, ganha velocidade, está quebrando tudo ao
caminho, mas vai em qual direção?
Estou gostando demais disso tudo.
Porque mesmo sem um norte claro, o povo está indo para rua, e a inércia
populacional sempre foi tema de nossas críticas. E para piorar, as pessoas que
não iam para as ruas criticavam aqueles que foram, e isso não está acontecendo
agora. Outra coisa é fato de que a consciência política, mal ou não, atingiu um
nível interessante, depois de tantos anos parada no tempo.
Ainda prefiro o movimento deste
jeito, do que a sua não existência. Prefiro construir esse norte, do que não
construir nada. E apesar das passagens estarem abaixando isso não serve,
precisamos que seja de maneira diferente e não subsidiada pelo nosso próprio
dinheiro. E fico muito feliz que apesar do Prefeito e o Governador de São Paulo
terem acabado de anunciar isso, já existem nas redes sociais pessoas prontas
para rechaçar esse modo de redução, e conscientizar as pessoas de qual é o
plano do governo. Mas também não podemos deixar de comemorar, porque essa
atitude por parte dos governos de São Paulo, também significam o medo, o medo
do povo, mas como estão acostumados, querem agir com jeitinhos, mas não vai dar
certo.
As passeatas como já disse
anteriormente, e muitas vezes, não se trata de apenas os 0,20 centavos. Se
trata da falta de saúde, do abandono da Educação, da corrupção latente em nosso
país, e do gostinho claro que o povo passou a ater. O gosto de comandar suas
próprias vidas. O gosto de tomar as rédeas deste país. E essa movimentação, por
mais diferente que seja, sem uma liderança específica, sem um roteiro claro, é
o início de uma mudança profunda, em uma sociedade que tratava as coisas novas
como algo repulsivo. Estamos começando a mudar, e conosco, também o nosso país.
Vamos pra rua. Vamos mudar o Brasil.
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