Animais abandonados pelas ruas vemos o tempo
todo. Várias causas nos levam a esse problema. A causa animal, e a luta contra o
abuso e maus tratos perde sua força diante da maldade do ser humano, e a
impunidade do nosso sistema. O surto de animais espalhados pelas ruas é um
problema nosso, agravado por uma sociedade perdida em seus sentidos.
Muito se fala de surtos que ocorrem em
nosso país. Tem a dengue, as gripes de todos os tipos, e as comuns viroses que
passou a ser doze, entre dez diagnósticos da UPA. Mas hoje somos acometidos,
talvez do maior surto de todos, animais abandonados pelas ruas. Não importa por
aonde você vá, encontrará animais por todos os cantos. Muitos ali formam
abandonados e através da própria sorte sobrevivem, fugindo da falta de educação
do povo, e das intempéries da natureza. Outros ali nasceram, fruto de
cruzamentos de animais que foram abandonados , proliferando o número de animais
de ruas.
Existem inúmeras discussões a cerca
deste assunto, e obviamente não se pode fugir, de que o assunto também trata de
saúde pública. E por isso mesmo essa discussão entra em assuntos da ordem de
políticas públicas. E como iremos verificar, assim como podemos simplesmente
observar, conseguimos entender que a falta de compromisso político com esse
assunto, somado com a falta de amor das pessoas, podemos ter como resultado o
surto que vemos no dia a dia.
Camila Côrrea será julgada em Agosto. Ela matou um cachorro espancado na frente de sua filha. |
Abandonar um animal na rua, não é só
a demonstração máxima da falta de amor que uma pessoa pode ter, mas também é
crime. E esse crime precisa ser combatido, e isso pode acontecer, com as
punições previstas na lei, diante de casos comprovados e julgados. No últimos
três anos vimos casos de comoção nacional, que estiveram no noticiário, e que
comprovadamente, os maus tratos foram feitos e os animais mortos, mas sem
qualquer punição. Como se esquecer do caso da enfermeira Camila Côrrea de
Formosa (GO). O julgamento que tinha sido marcado para fevereiro deste ano foi
adiado e remarcado para agosto. O caso do Guarda Municipal de Barra Mansa que
queimou um cachorro em Volta Redonda, até hoje não foi explicado, ou teve punição.
Há menos de um mês o vídeo de uma mulher espancando um cachorro e ensinando uma
criança como maltratar um animal, estava povoando os noticiários.
Um outro caso
que chamou a atenção no últimos dias, foi o caso do médico que jogou dois
cachorros do sexto andar de um prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro. A
delegada do caso explicou que ele foi autuado por abuso e maus tratos de animais,
podendo ficar de três meses a um ano de prisão, e como os cachorros morreram, a
pena pode ser acrescida de um terço. Só isso? A lei não prevê prisão antes de
qualquer julgamento.
Esse é o médico ortopedista Rogério Povilaitis. Ele jogou dois cachorros do sexto andar de um prédio em Copacabana. |
As punições diante destes casos
poderiam servir de uma lição para aqueles que acham graça maltratarem animais.
De tempo em tempo, vemos fotos nas redes sociais, de grandes babacas exibindo
suas matanças de animais, e que são denunciados por muitas pessoas. O que falta
neste país não é lei. Elas existem, o que falta é o cumprimentos das mesmas. No
Brasil, a impunidade é quase uma arma. Outra coisa que falta neste país, em
todos os sentidos, é a vontade política. Vou dar um exemplo, e básico. Em Barra
Mansa o Projeto de Lei 263/11 foi aprovado em 2012, dando gratuidade a
castração de gatos e cachorros na cidade. O Projeto tinha como objetivo atender
principalmente a população de rua, que aumenta vertiginosamente e com uma
rapidez incrível. Na época houve uma mobilização por parte de várias Ongs e
pessoas ligadas a causa animal. Estive lá, não só na apresentação do Projeto,
como na sua votação. Apesar dos medos, a lei foi sancionada, e depois
esquecida. O Governo da época, do então Prefeito Zé Renato, não tinha interesse
de colocar o projeto para frente, e o governo atual, ainda não tocou a na bola,
com relação a este assunto. Nem o autor do projeto se mexeu, e até agora a
gaveta é a localização desta matéria.
A grande culpa é de quem? Nossa ué.
Ainda usando o exemplo acima, de Barra Mansa, não são só os políticos que
pararam de se mexer com relação a lei, mas até as ONGs da cidade, que
claramente fogem do enfrentamento político. Essa atitude pode ser explicada por
algum rabo preso, com este ou outro prefeito, ou com algum vereador. Claro, e
se faz importante lembrar, que não todos que se comportam deste jeito. Esse
rabo preso é para alguns, não para todos. Lei é para ser cumprida, e a nossa
obrigação é cobrar que para que passe a ser.
Os animais sofrem, e precisam de
nossos cuidados. Toda pessoa pode escolher não ter um animal, mas não pode
escolher se quer ou não maltratar um animal. Nossa obrigação é fazer a nossa
parte. Amar os animais, cuidar dos nossos, fiscalizar como cidadãos, as leis e
brigar para que elas sejam cumpridas. Denunciar também é o nosso papel. Se
esconder, e fingir que nada está acontecendo, além de covardia, é também
corrupção. Por isso precisamos ser mais ligados com nossas obrigações, fazer
nossa parte.
Prezado Samuel, infelizmente não há omissão proposital das ONGs, ou mesmo rabo preso. O que há ê que as ONGs estão tão sobrecarregadas em resolver os problemas com os animais que não sobra tempo de ficar fiscalizando e cobrando. Talvez se as pessoas que criticam se tornassem voluntários das ONGs. nós, voluntários da proteção animal, que inclusive sentamos sozinhos pra elaborar o projeto de lei e apresentá-los sozinhos a vários vereadores, teríamos condições de cobrar mais.
ResponderExcluirFalar que os outros têm rabo preso é muito fácil quando a nossa pseudo participação é meramente descritiva.
Concordo que as ONGS estão sobrecarregadas, mas penso que se fizéssemos apenas cumprir a lei que já existe,com certeza seria um grande alívio. Não temos que perder tempo criando leis, temos que fazer com que as já existentes sejam cumpridas. Sobre rabo preso, claro que muitos protetores tem, isso dificulta o trabalho daqueles que estão por amor aos animais. Concordo tbm que precisamos de mais que um texto, porém esse é um passo. Quem sabe assim algumas pessoas se conscientizem um pouco. Parabéns SAMUEL.
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