No país das novelas, um país inteiro para,
simplesmente pra ver o último capítulo. Mas paramos para cobrar nossos
direitos? Paramos e nos organizamos, para cobrar por Educação, saúde e o melhor
uso do nosso dinheiro. Enquanto a Globo se faz o povo padece. È assim, um povo
sem Educação prefere mais ver novela, do que lutar por seus direitos.
E no Brasil, mais importante do que qualquer outra coisa, vem o
entretenimento. E pensando nisso mais uma novela acabou. Não me incomodo com a
novela, não sou do tipo fanático que acho que não se deve ver televisão. Gosto
de um bom filme, e bons programas televisivos, mas não aceito sermos escravos
desta ferramenta de entretenimento que é muito bem utilizado por aqueles que
tentam nos alienar.
Existe uma música de Gabriel O Pensador, que diz: “A programação existe para manter você na frente, na frente da TV, que é
pra te entreter, que é pra você ver que o programado é você”. A letra da
música é mais do que correta, e exprime o real sentimento do brasileiro. Esse
mesmo povo que para diante de uma televisão no final de uma novela, não para
pra se organizar e cobrar seus direitos. Somos um povo sem saúde. O nosso sistema
de saúde pública é precário, sem estrutura e sem a menor intenção de funcionar.
Somos um povo sem educação, sem conhecimento de nada, sem senso crítica, e sem
vontade de mudar. Vivemos um momento onde todos já sabem, que estamos sendo
roubados diariamente, pelas obras da Copa, e das Olimpíadas, onde o dinheiro
público está sendo desviado do seu fim correto, para os bolsos e campanhas de
Cabrais, e Eikes. E o pior, não vejo o povo parar por isso. Somos programados
para ver o que querem que vejamos.
E nessa máxima, acontece uma eleição. Em um país onde o povo se mobiliza
para ver novela, não se organiza para se escolher bem, e por isso mesmo,
prefere vender o voto, ou simplesmente trocá-lo por favores, pois assim se
desprendem da necessidade de pensar, e conseqüentemente de cobrar. Não se
protesta nesse país, e os que fazem são chamados de baderneiros. Somos uma
nação de pacíficos imbecis, onde o seu futuro é roubado e de volta damos
risada. Risadas da nossa desgraça, que não para de aumentar. A televisão age,
para dar o “Pão e Circo” de sempre, e tentar dominar o povo, que facilmente e
sem educação, implora para ser dominado.
As novelas são sempre incríveis, e quase sempre, o núcleo principal está
sob alguém muito rico, que é o sonho da população. Esse muito rico, se dá bem
com o pobre, e ele se mistura, indo a festas, visitando em casas nos bairros
pobres, andando junto. Quando alguém perde tudo em uma novela, ele vive melhor
do que qualquer pobre. Quando o cara é pobre, por sua vez, vive melhor do que o
próprio pobre que ele representa. A novela representa sua sociedade, e o pobre
não quer se ver na televisão, ele quer ver o que ele sonha em ser. Assim sofre
menos.
Somente com educação, é que se pode mudar este quadro. Precisamos nos
preparar para algo, que para mim, já passou da hora, uma revolução social, e
faço minhas as palavras da minha amiga Regina, que ressalta que para nós
professores, precisamos fazer andar lado a lado, o ensinar, com o
conscientizar. Temos um papel fundamental neste futuro, que tem que ser
próximo. Porém se essa revolução não acontecer, com o andar da carruagem,
iremos sucumbir ao fato de que nossa sociedade está na mão da sua elite.
Que possamos lutar, contra nós mesmos, e contra aqueles que através do
entretenimento inútil, visam, e conseguem, se perpetuar no poder. Que o nosso
povo possa ser mais crítico, e claro, isso acontecerá através da educação.
Então que nós possamos tomar as rédeas do nosso país, e fazer as mudanças
necessárias, e com certeza isso não acontecerá vendo a novela.
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