A MP dos Portos e sua batalha mostra como os
bastidores da política pode ser revelador. A oposição, que coloca o país em
segundo plano, e o Governo que paga para ter sua sonhada aprovação. A MP dos
portos é mais uma evidência da falência política que vivemos neste país sem
Educação, mas com muitas manobras.
No Brasil não existe pudor para muita
coisa. A vergonha pelo seus atos não é uma atividade muito rotineira no meio
político brasileiro. Ando meio chateado por escrever apenas sobre problemas,
mas por todo lado que olhamos, só vemos a tragédia social em que sucumbimos,
graças a falta de Educação e de conseqüentemente da formação de um povo com
conhecimentos.
A MP dos Portos evidenciou a falência
moral que vive a nossa política. A MP dos Portos era algo importantíssimo para
nosso país, e trata da reforma que os portos do Brasil precisam passar para
acabar com o gargalo em que vive. O Brasil, que tem um grande potencial de
exportação, nos últimos dez anos, passa por uma crise portuária, onde se escoar
o que se produz, é quase uma via cruzes. Se você atravessar a Ponte Rio-Niterói
no sentido Rio de Janeiro, e olhar ao lado direito, as luzes abaixo não são de
árvores de natal fora de época, e sim de navios esperando para atracarem no
porto e serem abastecidos. Assim como no Rio de Janeiro, o país todo passa por
esse problema. Alguns dias atrás a notícia de que a China cancelaria compras
feitas no Brasil por causa demora na entrega, abalou os investidores. Com a MP
para votação, o prazo corria e tinha até a quinta feira passada para ser votada
no senado. E foi.
O que mostra para todos nós a
falência política que vivemos são alguns fatos, no antes e depois da proposta.
Para começar, uma falha grotesca do governo de não encaminhar essa MP anos
antes. É claro e evidente que um país em desenvolvimento, ou em busca dele,
precisa de uma infra-estrutura de primeira. Precisa ter isso como prioridades,
e no Brasil, outras coisas ocupam a preocupação do governo. As obras são
importantes, e disso já se sabia a muito tempo.
O segundo problema é a obstrução da
oposição. Ela se deu simplesmente como birra, e mais nada. Não havia o
interesse de discussão da matéria, era apenas para atrasar e ganhar o poder de
barganha, que você vai entender melhor no parágrafo seguinte. Alguns deputados durante as discussões foram jantar e ver jogo de futebol. No Brasil, a política
não é feita com responsabilidade, e poucos são os deputados e senadores, que
colocam o Brasil, acima de suas projeções políticas individuais. Os partidos
pregam suas bandeiras e seus projetos de poder, e o Brasil mesmo que se dane, e
por isso mesmo, vemos por muitas vezes, e não são poucas, o interesse
individual na frente da nação.
Mas o poder de barganha, adquirido
pela oposição não foi em vão. Isso acontece porque já existe a cultura de
compra, muito incentivada pelo atual governo. Dilma não demorou, vendo que
poderia perder a queda de braço e o prazo se findar, decidiu liberar R$ 1
bilhão de reais de emendas para os deputados aprovarem a MP dos Portos.
Liberaram dinheiro para os deputados oposicionistas aprovarem algo, e o que
seria isso? Mensalão? Não, porque isso pode. O que deveria ser feito pelo que
já é gasto, agora tem o incentivo orçamentário do governo federal. E o legal é
como isso se dá. Esse R$ 1 bilhão,vai para os deputados levarem aos seus
redutos eleitorais suas esmolas eleitoreiras, como vemos em cada cidade em que
vamos. Emendas do tipo caminhão para mudança, calçadas que não ficam prontas e
tudo mais de esdrúxulo que se existe. Quando a discussão se encontra nas bases
salariais para a Educação e estrutura nas escolas, o governo alega não ter
dinheiro. Os problemas financeiros deste país só se encontram naquilo que
realmente podem mudar o Brasil.
A nossa falência moral se dá quando o
que precisa ser feito passa a ser trocado por esmolas. A falência da ética
existe quando o país é subtraído pelos nossos governantes que vêem neste país
as chances de se beneficiarem individualmente, enquanto o coletivo se dana. A
MP dos Portos e sua importância é inegável, mas a atitude do Governo e
oposição, de serem jogadores e não governantes, é desprezível. Não sou anti PT
como muitos espalhados por aí, consigo ver mudanças sérias neste país feita
pelo governo, mas as críticas tem que ser feitas, pois sem elas não entendemos
que neste jogo, só quem está perdendo somos nós, o povo.
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