domingo, 12 de maio de 2013

DIA DAS MÃES - PODERIA SER TODO DIA


O Dia das Mães não pode ser comemorado em apenas um dia. Todos os dias elas fazem parte da nossa história. A minha faz parte do que eu sou, e por isso a homenageio.
Passei uma parte da vida sem entender realmente o que faz uma pessoa amar tanto a outra de maneira incondicional. Mas a minha dúvida não durou muito. Quando comecei a crescer e a observar o mundo a minha volta, reparei em um ser que respondia minhas indagações, a mãe.
Esse amor incondicional mencionado acima pode ser definido por “MÃE”. A minha se chama Janaína, e me lembro bem de alguns detalhes da nossa relação que até hoje norteiam a minha vida. Morávamos em uma casa pequena, sem muitos luxos, mas não faltava o essencial, carinho e respeito. Sempre fui ensinado por ela a entender o que se passava a mina volta, e o fato de aceitar ou não o meu futuro dependia da minha vontade, mas ela não se cansava de explicar a importância de se lutar por algo melhor. Minha mãe fez questão de nos ensinar a escrever e ler algumas palavras bem antes de entrarmos na escola, eu e minha irmã não tínhamos o que reclamar, a educação era algo bem presente na mesa de casa. Como professora zelava por uma boa educação e fazia questão de nos acompanhar em cada detalhe de nossos estudos. Tem uma imagem que não sai da minha cabeça até hoje, a minha mãe me levando na porta do colégio, e eu não querendo entrar, me agarrava a ela, mas essa relutância não durava muito, pois acabava entrando. Mas quando chegávamos em casa, ela olhava meus cadernos e juntos preparávamos a lição de casa.
Como esquecer dos ditados. É isso mesmo, ela ditava palavras e eu as copiava, e depois era corrigido. Depois dos deveres feitos eu podia brincar. Conseguia me divertir e observar que apesar de seus afazeres domésticos ela reparava nas minhas brincadeiras. O que durante muito tempo me encantava era o cuidado que ela tinha com as minhas roupas e no fato de me arrumar. Alguns detalhes me irritavam, até pelo fato de me achar grande demais, e de não gostar de algo, mas me lembro até hoje, de todos nós em um shopping comprando em uma loja um tênis que quando pisava acendia uma luz. Era uma febre na época, e ela dizia que apesar da minha insistência de usar com todas as roupas, não combinava.
Até durante muito tempo, e já na adolescência, minha mãe se levantava mais cedo, e deixava um copo com Nescau em cima da pia, coberto por um pano, para que eu tomasse antes de ir a escola, isso sem falar na epopéia diária de me acordar para ir ao colégio. Me lembro da blusa de escola passada no dia anterior e colocada no sofá, esperando apenas para ser usada.
Mas nem tudo foi sempre bem, em uma determinada fase da minha vida decidi voar sozinho, e apesar de sempre conversarmos muitos e sobre tudo, decidi passar a não colocar em prática seus conselhos. Dei a cara na parede várias vezes, mas nunca encontrei seus braços cruzados quando aos prantos voltava em busca de colo. Seu maior sonho era me ver formado. E em 2009 ela viu isso acontecer. Mesmo adoentada, conseguiu entrar comigo na festa de formatura, e a sua ausência na colação de grau no dia anterior, mexeu muito comigo. Na noite da festa ela me olhava diferente, como se dissesse: “Consegui”. No meu casamento, o seu olhar parecia estar mais próximo da Glaucia do que de mim, talvez por se ver nela. Diga-se de passagem, as duas, minha mãe e minha esposa, se parecem. São teimosas, ciumentas, possessivas, adoram animais e me fazem de gato e sapato. Mas deixemos essa análise “Freudiana” para depois.
Da minha mãe, puxei algumas coisas. E que com certeza por sermos parecidos em vários aspectos, tivemos alguns problemas no nosso caminho. Podemos destacar algumas coisas, somos teimosos, insistentes, professores e apegados a nossa família. A paixão por animais é outra coisa em comum. Mas temos algo ainda maior em comum, nossa ousadia e coragem.

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