quinta-feira, 22 de março de 2012

Sem Plano, sem Cargos e sem Salários.

O Plano de Cargos e Salários em Barra Mansa é um debate antigo, mas nos últimos dias, novidades têm acontecido. Enfim o funcionalismo tem acesso ao "Plano", prefeitura recua, mas apressa debate. Vereadores se assustam, e um chega a fugir da sessão marcada pela presença em massa da população.
Não é novidade nenhuma em Barra Mansa, que o Plano de Cargos e Salários, que vem sendo debatido desde 1997, é motivo de discórdia entre funcionalismo público e governos. Nunca se chegou a uma certeza de nada, mas nos últimos dias, novos capítulos foram exibidos para essa já antiga novela.
Vídeo que está na internet, com os professores sendo proibidos de entrar na prefeitura.

Na quarta feira (14) professores foram proibidos de entrar na prefeitura. Eles procuravam ser recebidos pelo prefeito e discutir várias propostas. Isso não aconteceu e ainda foram impedidos pela Guarda Municipal (que também são servidores públicos) de entrarem no prédio. Um erro terrível por parte da prefeitura, se tratando que aquele prédio é público. Os professores reivindicavam várias coisas, entre elas, eleição direta para diretores, reajuste salarial, e o Plano de Cargos e Salários. Como aqui em Barra Mansa, onde tem fumaça, tem fogo, para quem sabe perceber os fatos, dava para entender que algo estava ocorrendo. Como tinha dito em um dos posts anteriores, tinha recebido uma ligação, dando a informação de que a câmara votaria na terça feira (20), o mesmo “Plano”. Mas diante de uma paralisação dos professores, o prefeito aceitou negociar, e na segunda feira o fez. Apresentou várias recusas, mas trouxe uma novidade, debater o Plano de Cargos e Salários com os profissionais da educação, mas isso teria de ser feito já. Para isso autorizou dois dias de meia paralisação para que os profissionais discutissem as propostas. Aí ocorre o primeiro erro. Não é necessário autorização do governo para se paralisar. Ficou decidido em plenária pelo SEPE, que parariam em meio período, dois dias, quarta e quinta. Aí está o erro dois. Insuficiente para debater tantas propostas que podem mudar a vida das pessoas.
Plenária do SEPE, na Igreja Matriz. Reunião teve várias propostas e a presença em massa dos profissionais da educação

Porque o governo tem tanta pressa? Porque debater tão rápido? Porque não trouxe esse “Plano” ao conhecimento das pessoas antes? Porque o governo municipal insiste em mandar um “Plano” tão ruim? Perguntas que podem ter as mais variadas respostas. A pressa pode ser explicada com a intenção de que pontos importantes não sejam debatidos e passem da mesma forma. A pergunta sobre o fato do governo não ter levado o “Plano” ao conhecimento das pessoas antes, se deve ao fator eleição. Somente por isso estamos debatendo neste momento esta tão ruim plano, que falta clareza e justiça.
Hoje, as escolas para mais uma vez em meio período para debaterem o Plano de Cargos e Salários, mas será que dará tempo? Creio que não. Não existia propostas melhor, do que paralisar 48 horas para se fazer um debate mais amplo. Não se poderia ceder a essas intenções do governo de se agir com pressa. De algo eu tenho certeza, se não houvesse mobilização teríamos a votação na câmara. Em reunião com o SEPE, o prefeito mencionou os números 005 e 006, como ofícios de encaminhamento a câmara. Na sessão do dia 20 de março, a leitura começou com o ofício 007, enviado pela prefeitura para a câmara. Se não houvesse mobilização este “Plano” seria votado e muito possivelmente aprovado.
Tudo isso é triste demais. Como Delegado Nacional da Conferência de Transparência e Controle Social, repudio esta ação, sem transparência e sem o envolvimento da sociedade civil. Todo funcionário público, antes de mais nada é membro de sua sociedade. Este assunto deveria ser abordado em um debate amplo e sem pressa, para que todos os envolvidos fossem ouvidos.
Só existe um plano, o da reeleição a qualquer custo. Quando voltar, contarei a vocês um pouco sobre a sessão da Câmara Municipal de Barra Mansa do dia 20, que estava lotada de funcionários públicos, e a reação dos vereadores, em especial um, que fugiu do debate, alegando ter outros compromissos. Esse é o cenário da política de Barra Mansa.
Sessão da Câmara Municipal de Barra Mansa do dia 20 de março. Possível votação do "Plano" causa medo da população que aparece e assusta vereadores.

Mas antes de terminar, e lembrando que no dia de ontem e hoje, os funcionários estão debatendo o Plano de Cargos e Salários, fica uma pergunta: O que o funcionalismos fará se o governo não aceitar as mudanças propostas pelo funcionalismo? Se o “Plano” for encaminhando para a Câmara mesmo assim? O que será feito? O clima está tenso, muito bom para um ano de eleições municipais. Até mais tarde.

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