sábado, 15 de março de 2014

A VITÓRIA DOS GARIS CONTRA A POLÍTICA SUJA DO PAES - UM EXEMPLO A SER SEGUIDO.

A greve dos garis trouxe uma reflexão, e não só para mim, podemos vencer o sistema. Mesmo atacados pela mídia golpista e por um Governo mentiroso, como o de Eduardo Paes, os garis ensinaram para nós, professores, como a união pode vencer um sindicato comprado e um empregador bandido. Os garis foram grandes professores.


Na semana passada a vitória dos garis do Rio de Janeiro, que conseguiram, depois de uma batalha, 37% de aumento em seus vencimentos, pegou alguns de surpresa. Mesmo em uma luta contra Eduardo Paes e a Globo, os garis ensinaram como se faz uma greve, e o melhor, como trazer a opinião pública para o seu lado. Com união, uma greve vai para frente, mesmo recebendo ataques de uma mídia golpista, que em todas as inserções enaltecia mais o lixo na rua como um prejuízo, do que a, luta de trabalhadores por melhores condições de trabalho.

Mesmo com todos esses percalços, os “lixeiros”, como muita gente os chamam, não esmoreceram, e ainda tinha o fator de que o Sindicato, vendido, fechava acordos, que não tinha o aval dos trabalhadores, com a Prefeitura. Graças a esse acordo, de 9%, a Greve passou a ser considerada ilegal, e membros do alto escalão da Prefeitura do rio iam para a televisão, lembrar que o acordo já estava fechado, e portanto o trabalho tinha que voltar ao normal. Quando um sindicato serve aos seus interesses pessoais, e não ao trabalhador, fica mais difícil ganhar algo, pois o acordo com o empregador sela o fim da luta. Mas isso não parou os Garis, que voltaram para as ruas e aumentaram ainda mais a greve.

Não escolheram a época por acaso. Cruzar os braços no Carnaval foi uma grande estratégia, e na medida em que o lixo ia acumulando, o desespero do Governo aumentava. Durante alguns dias da Greve, foi anunciado pela imprensa oficial de Paes, que a greve não tinha grande adesão. Logo, esse dado foi claramente desmentido, pois se poucos aderiram a greve, porque as ruas do Rio estavam lotadas de lixo, por todo lado. É bom ressaltar também que essa Greve mostrou muito da falta de responsabilidade ambiental das pessoas.

Se não bastasse tudo isso, assim que o acordo entre o Sindicato comprado e a Prefeitura foi acertado, logo veio a notícia de que aqueles que não voltassem a trabalhar seriam demitidos. Foram anunciados 300, até para dar a dimensão a população, que eram poucos os grevistas. O Governo tentava limpar as ruas da Zona Sul, enquanto o lixo ia se acumulando ainda mais na Zona Norte. Mesmo assim, tudo ia ficando insustentável, e a imagem do Prefeito mais uma vez emporcalhada nas Redes Sociais. Tentaram até vender o Prefeito Eduardo Paes, no site “Bomnegócio.com”, mas nem o site aceitou. Ao mesmo tempo que o Prefeito ia se afogando no mar lixo, ia também sujando a imagem de Cabral, ainda mais, e conseqüentemente de Pezão, candidato a sucessor de Cabral, pelo próprio Cabral. Logo, as manifestações dos Garis na porta da Prefeitura ganharam ainda mais força, e mesmo, mais uma vez, a Globo dizendo que apenas 200 pessoas estavam na passeata, a força dos Garis ia aumentando, e aumentou.

Com o lixo por retirar, o Carnaval manchado e a imagem do Rio para o mundo indo para o saco de lixo, não houve muitas escolhas, fechar um acordo era prioridade, e agora o Sindicato não tinha mais força. Quando veio a notícia de que a proposta, nas negociações tinha chagado a 17%, segundo algumas pessoas na internet, logo a ordem era prosseguir e ir aumentando os valores gradativamente, até que chegou aos 37%. Em uma entrevista logo depois do acordo fechado, o Prefeito Eduardo Paes, disse que não sabia de onde iria cortar para pagar esse aumento, tentando induzir que os cofres da Prefeitura não tinham condições de assumir tal compromisso, e mais uma vez, assim como fez nas manifestações dos ônibus, ameaçou o povo.

O que os garis nos ensinaram? Como fazer uma greve e como derrubar um sindicato pelego. Como professor, não tive como não sentir admiração e vergonha ao mesmo tempo. Admiração pela união, pela garra e pela força de vontade dos caras. E vergonha por tudo ao contrário que os professores são. Mesmo com uma luz no fim do túnel, como vimos no ano passado, onde os professores do Estado e do Município do Rio enfrentaram de tudo, mesmo assim ainda é pouco. Temos ainda sindicatos mais preocupados com uma queda de braço política do que com o interesse maior, que é a Educação. Ainda somos mais desunidos do que quaisquer outros profissionais. E o pior, não conseguimos trazer para o nosso lado a opinião pública. Claro, que não podemos acumular e espalhar os alunos pelas ruas, mas é triste entender que nós mesmos, mas nós mesmo sim, nos tratamos com menos importância do que o lixo. Precisamos rever os nossos conceitos, ter mais ousadia e aprendermos com o que vemos a nossa volta, e os garis foram ótimos professores.



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