Ainda existem políticos que se
interessam em cumprir suas promessas de campanha. Uma lei de 1998, que já deveria
estar sendo cumprida há muito tempo, vai dar o que falar. Tomara.
Por Antônio Sérgio - Barra do Piraí |
Tem sido digna de congratulações a atitude tomada pelo
vereador Jair Ferreira Borges, o Paulista, e também do vice-prefeito e ex
vereador Cleber do Sindicato, que estão lutando para cumprir uma promessa de
campanha e desejo de grande parte dos trabalhadores barrenses. O
vereador Jair Ferreira Borges, o Paulista (PPS),tem exigido que o chefe do
Executivo, Jorge Babo (PPS), faça valer a chamada "semana inglesa"
para a categoria, conforme determina a Lei Municipal 392, de 1998 e numa
atitude chamada de surpreendente pela imprensa barrense, o vice-prefeito Cleber
Paiva Guimarães (PT do B), tem pressionado o prefeito para que essa lei seja
cumprida e estimulado os vereadores a fazerem o mesmo. Leia mais no link:
Clique aqui.
Quem mora em Barra do Piraí sabe o quanto é dura a
jornada de trabalho de quem trabalha no comércio, com a maioria de suas lojas
funcionando de 08:30 as 18:30 de segunda a sábado, muitos tem somente o domingo
para descansar, passear, se divertir ou estar com a família, ou seja , um
regime semi escravagista em que o empregado só tem o direito de trabalhar mas
não o de desfrutar do fruto de seu trabalho. Além do mais conforme denunciado
na reportagem muitos nem sequer ganham hora extra, mas apenas um banco de
horas, que não é tão vantajoso para os trabalhadores.
Como também é integrante do mesmo partido de Babo,
surpreende por isso a postura do vereador Paulista em trazer a tona essa
questão tão negligenciada em governos passados e que, ao que tudo indica, vai
contra os interesses dos comerciantes da cidade. Paulista inclusive tem dito
,que está disposto a ser o representante dos comerciários na Câmara de
Vereadores. O que será que o PPS tem achado disso? E o que será que Babo como
presidente municipal do partido tem achado disso? Já o vice prefeito Cleber do
Sindicato tem mostrado com isso que não usa o nome "sindicato" apenas
como um mero título sem uma representação forte , mas que tem feito jus ao fato
de ser sindicalista e tem declarado que vai lutar pela classe a qual ele
representa e também é presidente. É a postura que todos esperam de um
presidente de sindicato e é também a postura que todos esperam de um político,
que cumpra as promessas que ele fez aos seus eleitores.
Mas como uma lei de 1998 ainda não foi cumprida? É até
certo que o prefeito Babo sofra pressão para cumprir a lei, mas o que fizeram
os outros prefeitos nas gestões anteriores com relação a esse assunto? Por que
o ex prefeito Mário Sérgio (já falecido, 1997 2000) não fez valer a lei, já que
a mesma foi aprovada em seu governo? E o ex-prefeito Carlos Baltazar (2001
2004) que postura teve a esse respeito? E o que dizer então do ex-prefeito José
Luiz Anchite, o "eterno prefeito" (2005 2012),o que ele fez com
relação a esse assunto?
Isso nos mostra como é grande a influência da elite
barrense, que tem conseguido durante todos esses anos, retardar o cumprimento
de uma lei que aparentemente vai contra os seus interesses. Os lojistas de
Barra do Piraí se orgulham de terem feito da cidade um "shopping a céu
aberto", conforme as suas próprias palavras, e não seria nenhuma surpresa
se sentirem orgulho também de terem conseguido atrasar durante cerca de 15 anos
o cumprimento de uma lei em benefício de toda uma classe. Seria o caso dos
eleitores procurarem saber quem foram os contribuintes de campanha dos seus
candidatos, pois acho que seria uma revelação interessante para a população.
Será que algum lojista injetou dinheiro na campanha de algum candidato? E
alguns desses foram eleitos? Quais desses lojistas são filiados a partidos
políticos e principalmente quem desses são presidentes de partido? Pois
conforme foi noticiado na época das eleições, o próprio prefeito eleito,Jorge
Babo, é ou pelo menos era presidente do PPS. Um empresário, que talvez seja
pertencente ao grupo dos comerciantes e empresários da cidade, grupo este que
tem se beneficiado durante anos com o não cumprimento de uma lei que beneficia
os trabalhadores, vai querer atender aos anseios da classe dos comerciários
onde com certeza ele teve muitos votos ou da elite empresarial a qual ele
provavelmente é pertencente?
Está aí uma boa pergunta que os trabalhadores do
comércio e o povo de Barra do Piraí precisa fazer ao prefeito Jorge Babo.
Existe também a grande carga de exigências e cobranças
que às vezes beira o assédio moral, que sofre grande parte desses
profissionais, principalmente vendedores, aos quais são exigidos o cumprimento
de metas de vendas altíssimas, muitos desses empregados nem sequer o horário de
almoço conseguem tirar direito, muito menos usufruírem do banco de horas, pois
a seguida cobrança por atingirem a cota de vendas os deixa sob uma constante
pressão que muitas vezes só consegue ser aliviada nos últimos dias do mês, para
se iniciar novamente no mês seguinte. E alguns gerentes também costumam sofrer
esse assédio. Já repararam que constantemente há uma renovação de pelo menos
50% no quadro de vendedores de grande parte das lojas da cidade? Qual será o
motivo de metas tão altas? Será uma forma de evidenciar o talento de grandes
profissionais ou uma forma dos proprietários enriquecerem cada vez mais e isso
às custas do suor e da exploração de seus funcionários? Ou ambas as coisas?
Deve ser por isso que a maioria desses profissionais fazem de tudo para
trabalharem nas grandes redes de varejo, de âmbito nacional, que lhes dão além
de um salário melhor algum benefício como um plano de saúde, por exemplo,
coisas que os "pobres" comerciantes de Barra do Piraí alegam não
poder oferecer.
Eu já trabalhei no comércio de Barra, sei como as
coisas são e por isso digo aos comerciários que tomem parte desse movimento
para que se cumpra essa lei, pois será uma grande vitória para a classe em
geral, procurem o vereador Paulista e o vice-prefeito Cleber do sindicato,
conversem com eles, ajudem a eles. Fiquem atentos amigos a essa questão pois se
vocês precisam do comerciante para trabalhar, pode ter certeza que ele precisa
de você também para enriquecer, por isso é necessário que o patrão ouça seus
empregados e entrem num acordo justo. Por acaso pode um dono de empresa de
ônibus prosperar sem motoristas? Então esse patrão não pode oprimir e explorar
a fonte de sua riqueza. Pode uma padaria prosperar sem padeiros ou um loja sem
empregados ou uma indústria sem funcionários? Seu patrão pode até não precisar
de você individualmente mas ele precisa de você e de todos os seus colegas de
serviço, por isso é grande a força da coletividade. Unam-se, manifestem-se,
sindicalizem-se e lutem por seus direitos e não aceitem serem tratados abaixo
de seu real valor, não aceitem exploração, opressão ou humilhação e lembre-se:
o patrão que "esculacha" seu colega de serviço hoje, vai esculachar
você também amanhã, o patrão que comete injustiça com o seu colega de serviço
hoje, também vai cometer injustiça com você amanhã. Por isso não vale a pena
ser desunido e nem ficar calado de braços cruzados. Pensem nisso.
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