BARRA DO PIRAÍ: A ELITE OLIGÁRQUICA X A MUDANÇA "FORASTEIRA".

Por Antônio Sérgio

A eleição em Barra do Piraí que ocorre neste domingo (04), é um retrato da realidade brasileira, vivida mais a flor da pela pelo interior de nossos estados. A elite que enriqueceu através dos processos políticos maquiados e das administrações temerosas luta contra aqueles que desejam e batalham pelo seu fim. Cabe, portanto, a Mário Esteves esse papel, que apesar de ser chamado de forasteiro, lidera as pesquisas, e pode fazer colocar Barra do Piraí realmente em caminhos novos.

No próximo domingo, 4 de agosto, acontecerá a nova eleição marcada pelo TSE. O líder em todas as pesquisas é Mário Esteves tendo como vice, Tostão, para quem mora em Barra do Piraí esse cenário é um enredo que se repete, pois foi assim mesmo nas eleições do ano passado, quando o então candidato Mario Esteves também liderava até nos últimos dias de campanha quando de repente houve uma reviravolta e quem acabou saindo vencedor naquele pleito foi o candidato Maercio de Almeida, que foi cassado pela Justiça Eleitoral. As acusações são compra de votos e abuso de poder econômico. Assumiu o comando da cidade, o Pastor Monteiro, presidente da Câmara.

Nas eleições passadas a chapa composta por Maercio de Almeida, vindo de um mandato de 8 anos como vice-prefeito no governo do ex prefeito Jose Luis Anchite, e pelo Dr. Junior, que é filho do proprietário da única grande rádio da cidade ( pois a outra que existe só pode ser sintonizada no bairro onde está localizada) foi a chapa preferida da elite barrense, composta por empresários, lojistas e profissionais liberais que viam na vitória de seus preferidos a perpetuação do maligno círculo vicioso que se instaurou nessa cidade onde os 
mesmos nomes de sempre assumem altos cargos e até secretariados e, todos aqueles que começaram a falar contra a administração também foram agraciados com relevantes cargos, o famoso cala a boca. Isso é fruto de um acordo feito entre o ex prefeito José Luis Anchite e antigos adversários políticos que na eleição de 2004 se juntaram ao Sr. Anchite para assim formar a oligarquia política que governava a cidade até o final do ano passado. Com a formação desse grupo a população barrense se desacostumou a ouvir nomes bem conhecidos do cenário político como os de Mario de Biase ( já falecido) e de Marcia Mariotini por exemplo, e que são de tradicionais famílias barrenses, eles formaram esse grupo para derrotar o então prefeito eleito no ano 2000 Carlos Baltazar, começava aí então o governo da elite e para a elite, pois afinal de contas com tantos nomes graúdos na mesma chapa seria necessário muito esforço e dedicação para agradá-los como forma de retribuição pelo apoio obtido.

 

Praça Nilo Peçanha - Barra do Piraí

Nesse tempo entre 2004 e os dias atuais surgiram alguns nomes no cenário político entre os tais os mais conhecidos são Cleber Paiva, o eterno e milionário (segundo declaração do próprio no site do TRE) presidente do sindicato dos trabalhadores do comércio de Barra do Piraí e José Parrini, presidente da falida Cruz Vermelha de Barra do Piraí, estes não gozam de tanto prestígio para serem eleitos prefeitos, por motivos já citados, surgiu também Jorge Babo que tem a seu favor até agora nada que manche sua história, no entanto nunca exerceu cargo político, mas nenhum outro causou tanto alvoroço como o nome de Mario Esteves, um jovem extremamente popular que já foi vereador duas vezes e que aumentou em muito a sua popularidade pelo seu constante contato com os pobres, com festas dedicadas as crianças carentes e também com empréstimos de ônibus para estudantes, motivos pelos quais seus adversários o criticam o chamando de populista, mas além disso não há nada que também desabone sua vida pessoal, fora as tradicionais fofoquinhas de campanha. Mario Esteves começou a ser perseguido em Barra do Piraí quando se desfiliou-se do PMDB indo em seguida para o PRB, isso foi feito para que ele pudesse se candidatar a prefeito, pois ele não era o preferido do PMDB na época. Começou então, a partir daí a contrariar a elite barrense, acompanhada de perto pelo PMDB, sendo muito influenciada pela política de Piraí, principalmente pelo Sr. Luis Pezão, atual vice- governador e grande liderança regional. O Sr. Mario Esteves tem também o apoio de setores da sociedade que margeiam a elite, os emergentes, os donos de pequenos estabelecimentos comerciais, como os do Mercado Municipal por exemplo, de pequenas lojas, setores que são engolidos pela grande elite empresarial, que vêem no candidato o sonho de verem seus anseios de melhores condições para o seu desenvolvimento atendidos e também pela parte mais pobre da população. E exatamente em direção a esta, que ano passado iniciou-se um forte campanha contrária ao candidato. Chamado  de “ o forasteiro”, nas eleições passadas, os eleitores foram estimulados a não votarem nele pois ele era forasteiro ( coisa mais antiquada), o mais interessante é que o candidato já mora em Barra do Piraí a mais de 12 anos, e na primeira vez que concorreu ao cargo de vereador, ninguém o chamou de nada e de certa forma ele até era, mas nenhuma acusação foi feita, afinal de contas naquela época ele era do partido aliado da elite. Devido a essas coisas entre outras, a população se dividiu, entre a coligação da elite e a do “forasteiro”, e tem também aqueles que protestarão votando nulo, pois acreditam que todos esses nomes formam uma panela e que uma expressiva votação nula mudaria sim os rumos da cidade.

 O abandono do tema “forasteiro”, deve ter sido por que no inicio da campanha também estava concorrendo o vereador Gustavo Guy, e que é de Piraí, porém como Guy faz parte do velho grupo dominante não seria bom desgastar a sua imagem. O vice-governador Pezão tentou emplacar o seu sobrinho Gustavo Guy, mas como ele não conseguia chegar a 10% nas pesquisas e era o campeão na rejeição, renunciou. Pezão esteve em Barra do Piraí para tentar convencer os eleitores da cidade que a união de seu sobrinho com o segundo colocado nas pesquisas Jorge Babo, que está 20 pontos percentuais abaixo de Mário Esteves, pode causar uma reviravolta na eleição.

 Se tudo seguir conforme mostram as pesquisas o candidato Mario Esteves sairá vencedor do pleito no próximo domingo caso não haja uma reviravolta como aconteceu ano passado. Segundo o Dep. Federal Antonhy Garotinho, que esteve em Barra do Piraí no dia 01/08, relata em seu blog, o motivo da derrota de Esteves ano passado foi uma possível manobra de Pezão e Picciani com supostas compras de votos, essas acusações também fazem parte infelizmente do jogo político

 Só nos resta agora esperar pelo próximo domingo para sabermos quem será eleito prefeito de Barra do Piraí e talvez saberemos também a resposta da pergunta que tanto tem agitado Barra do Piraí: Mario Esteves é forasteiro para o povo ou para a elite barrense que está com medo de ver seus conchavos desfeitos?