O Rio de Janeiro não vive em paz. A política de
segurança pública contada a nós não é a verdadeira, e a nossa sociedade é refém
do medo de ser o próximo. O caso da mulher violentada em um ônibus na semana
passada é mais um capítulo do terror que se vive, apesar das novelas tentarem
nos convencer do contrário. Enquanto isso o governo de Cabral e Paes, continuam
contando que tudo está bem, até os seus planos de reeleição.
O
Rio de Janeiro vive uma impressão errada das cosias. Não pretendo me alongar muito,
nem ser enfadonho, mas permita-me uma reflexão, beirando o desabafo, de alguém
que além de cidadão, é pai, e tenta assim como todos, não ficar neurótico, toda
vez que sua família sai de casa.
Nos
últimos dias muitas são as notícias de atos de violência no Rio de Janeiro, em
principal, com violência sexual. O estupro da turista em uma van, e de uma
adolescente em uma praia, não eram dados isolados. Mas nos últimos dias a
notícia, e os detalhes do assalto e estupro dentro de um ônibus, alarma uma
sociedade, que parece já não ficar mais atônita com essa notícias, e que começa
a pensar que a violência vem apenas da Turquia, como retratada na medíocre,
imbecil e alienadora novela das oito da Rede Globo.
Esse é o homem que violentou uma mulher, durante um assalto, em um ônibus no Rio de Janeiro. |
Ainda
no dia de ontem, vendo o noticiário, que contava os detalhes deste fato
ocorrido no ônibus, a minha reação foi ficar no mínimo assustado com várias
coisas. A primeira é a capacidade das pessoas de fazerem o mal. A segunda é
capacidade das pessoas de serem covardes, e nada fazerem. A terceira é a
capacidade da Globo de passar borrachas sobre os fatos. A quarta é a capacidade
deste governo do Rio de Janeiro de vender uma cidade que não existe. A cidade
das Olimpíadas é um engodo, uma mentira. Os policiais desta cidade, assim como
em todo o estado, é mal pago, as estruturas judiciárias deste país são
ridículas, nosso sistema prisional é caótico e nossas sociedade hipócrita.
Muitos defeitos para uma nação só.
A UPP do alemão está
passando por sérios problemas, e de uma certa maneira não está dando certo. As
UPP’s por si só são falácias, funcionam até um certo sentido, mas não estão
impedindo outras ações criminosas. E isso se deve ao fato de que as ações além
de serem coordenadas, tem que ser simultâneas. A jogada eleitoral, que visa a
Copa e as Olimpíadas, e claro, o enriquecimento dos financiadores de campanha
de Cabral e Paes, apenas vende ma imagem de paz ao país, mas não é a realidade.
O
maior culpado com relação a esses acontecimento trágicos que citei acima, é a
impunidade. No Brasil você vale mais preso do que solto. Não tenho plano
odontológico, mas na cadeia se tem. Se eu queimar meu colchão, ficarei sem ele,
mas na cadeia alguém me dará outro. Pode ser um discurso estranho, mas quem
realmente está preso? Quem realmente está privado da sua liberdade?
O
que mais me assusta é a impressão falsa que se tem dessa paz que vivemos. Ela
não existe, e somos reféns do medo. Em Duque de Caxias, por exemplo, quando se
chega em casa de carro a noite, você tem que sair do mesmo como um foguete,
porque se demorar muito, e nem precisa de tanto, você perderá o carro. Somo
reféns, não só do medo, mas das mentiras que nos são vendidas todos os dias,
pelas novelas, pelos nossos políticos e por nosso comodismo social.
Não
nos resta apenas lamentar, e ter medo. Tudo isso é uma conseqüência, e
principalmente por causa do abandono que a Educação vem vivendo. Muito se
discute hoje sobre a maioridade penal, mas acho temos muito o que discutir
sobre a importância da Educação na nossa sociedade, e conseqüentemente do que se tornará as
gerações da nossa sociedade. As mentiras contadas por Cabral, Paes e a turma do
PMDB, evidenciam que não somos importantes, apenas peças em um jogo cujo
objetivo é o enriquecimento através do dinheiro e da esperança pública.
Caro Samuel, o medo é a arma do inimigo. Uma população amedrontada recorre a figuras de força para protegê-las, o político déspota, o policial justiceiro, o justiceiro do bairro, ou outro bandido da preferência. O medo é sempre de que algo piore, então para que esse algo não piore o lógico é recorrer a improvisos e contenções, soluções paliativas, para que o problema não descambe de vez. A esperança é o contrário do medo porque a esperança está sempre voltada para o futuro, enquanto o medo se volta para o passado. O medo nunca vai trazer para nossas escolas os recursos e as mudanças de que precisam, ao contrário, o medo vai colocar mais guardas e vigias, detectores de metal, cães, câmeras e assim por diante. Precisamos disso para educar? Não. O que precisamos é de esperança. E eu vou mais além. Precisamos ter esperança no erro. Precisamos acreditar que o erro é parte do processo educativo, parte do processo da vida, que a partir do erro nós podemos gerar consequencias positivas. Se não assumirmos a posutra da esperança em vez do medo, se não tivermos a esperança que há sempre algo a se fazer, um erro novo a se cometer, então é melhor ir para o lugar mais seguro que existe: a casa definitiva do homem, o túmulo. Lá se encontra a paz eterna.
ResponderExcluirEu acho o programa de UPPs é um ótimo programa, de fato precisa de ajustes, q com o tempo vem sido feitos pelo governo Cabral. A segurança real, e a sensação de segurança, melhoraram sim! Tanto no asfalto quanto em comunidades. Quem mora em área de UPPs alem de não ser mais refém da ditadura do fuzil, estão vendo finalmente a entrada de serviços sociais em suas comunidades.
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