A Educação vive um momento de agonia, e por
vários motivos. Desvalorização dos professores, e da Educação de um modo geral,
que passa por baixos salários e falta de estrutura. Mas o que mais me espanta,
é o para que estamos caminhando sem a participação dos pais na Educação dos
seus filhos. A escola é um bem da sociedade, mas sem os pais, para impor
limites, regras e trabalhar ao lado dos professores a coisa vai ficar difícil.
Diante
de tantas reflexões cheguei a uma conclusão, e ela não é novidade, não é uma
teoria nova e sim algo que já temos em mente, mas que vem assolando a nossa
sociedade. Todos temos culpa nessa situação, a Educação agoniza por vários
motivos, que de maneira orquestrada, vai culminar no fim do senso crítico de
uma nação inteira.
Para
começar temos os pais, os responsáveis por suas crianças. Claro que não
pretendo cometer a injustiça de generalizar, porém, o retrato que hoje vemos, é
o significado de que a situação está em uma escala gigante. Não existe
acompanhamento do processo escolar. Muitos pagam um colégio caro, para
simplesmente terem uma ocupação para essas crianças e adolescentes. O que tem
de dever para casa? Vamos fazer juntos? Qual o calendário de prova? Você já
estudou para a prova? Todas essas perguntas foram embora, não existem mais, e
claro que muito por culpa da nossa sociedade corrida, mas principalmente acomodada.
Nossos filhos serão reflexo do que também somos, e do que plantamos para que
eles sejam. Na escola pública, vemos o quadro da falta de participação dos
pais, onde nas reuniões só aparecem os pais dos alunos bons. Independente de
ser privada ou pública, a escola vem sendo atacada pelo descaso da família, que
não atua junto ao seu filho, que é “desovado” na escola, para que suas babás
façam o seu trabalho. A Escola passou a ser um lugar para se ocupar, não para
aprender, e através desta definição se norteia o futuro desta criança, enquanto
cidadão. Em casa, a televisão é a dona do cérebro de todos, onde a família e a
sociedade são desvalorizadas, onde os mesmos são aculturados e o conhecimento achatado.
É através da televisão que se aprende, que não é necessário usar o cérebro para
achar graça das coisas. A internet passa a ser outra vilã. Ela é apresentada como
entretenimento, mas passa ser inimiga se não usada da maneira correta.
Nós
somos culpados também. Com professores, aceitamos vender nossos conhecimentos
por preços ridículos. Falamos que estamos na Educação por amor, mas o amor faz
as pessoas não se acomodarem, e somos acomodados. Não nos organizamos não nos
mexemos e por muitas vezes agimos como se aceitássemos o rótulo de desvalorizados.
Não
vou chamar o governo de culpado, ele é o nosso espelho, e só mudará, quando
mudarmos. Faz parte desse plano, que já chamei aqui, de orquestrado, fazer com
que a Educação perca seu valor. Que os professores desistam de ser professores,
e aqueles que nãos desistirem, se sintam desanimados de uma tal maneira, que
alimente com seu trabalho a subserviência do sistema vigente. A culpa também
paira sobre a nossa inércia, não podemos parar de gritar nem um minuto, temos
que ficar atentos a tudo, e não deixar ninguém, decidir nada, sem antes passar
pelo crível da sociedade, porém aí é que mora o grande plano dos poderosos.
Acabando com a Educação se acaba com o senso crítico, e tudo fica ainda pior do
que está.
Para
terminar reafirmo que não é minha intenção retirar a parcela de culpa que
existe entre os professores, mas quero deixar claro, que a escola precisa dos
pais, e não como entregadores de crianças, mas como parte de uma engrenagem que
pode mudar nosso futuro. Vivemos a ausência neste momento a ausência dos pais,
tanto das escolas, quanto da Educação de suas crianças. Precisamos mudar a
nossa sociedade, e para melhor, e para isso precisamos cuidar melhor dos nossos
patrimônios mais valiosos, nossos filhos. A Educação deles é primordial para
conseguirmos as mudanças que tanto sonhamos.
Se a educação fosse tratada como algo realmente sério e importante para a sociedade brasileira, e pela sociedade brasileira, veríamos que a solução de diversos problemas passam pela escola. E mais: não apenas reivindicaríamos as necessárias verbas pra educação, em torno de 10% do PIB. Exigiríamos também uma gestão mais eficiente desses recursos que fosse assentada sobre os pilares da excelência, da gratuidade e do caráter público do acesso ao conhecimento.
ResponderExcluirNão basta pagar bem aos professores e funcionários de uma escola, isso é o mínimo do básico. Mas nem esse mínimo temos. Temos que ter professores em formação contínua, estrutura, acesso a livros, ao cinema, ao teatro, a músicas de qualidade.
A escola é um nó a ser desatado. Muitos dizem que a escola é uma instituição falida. Eu digo que a sociedade em que está falida é uma sociedade falida. É na escola que a polícia vai buscar o menor infrator, que os problemas do divórcio vêm à tona, que o preconceito de cor e orientação sexual se tornam gritantes, que a cultura da violência se exprime como "mais uma briga de moleques", que a falta de atendimento médico no posto de Saúde, que a falta de assistência a adolescentes grávidas viram índices de repetência e evasão. A escola é onde a corda arrebenta. Quando instituições como a família, o hospital, a Igreja, a justiça e a polícia falham miseravelmente, a bomba estoura no colo da escola.
Todos nós somos a escola. Ela é o reflexo triste e feio de nossa postura diante das pessoas e do mundo.