quinta-feira, 30 de maio de 2013

O SENSO CRÍTICO X A NOSSA CEGUEIRA.

A vida não pode ser feita de invenções mentirosas contra nós mesmos. Não podemos viver fingindo que sofremos menos, simplesmente por não viver o sofrimento do próximo. A covardia de ficar cego por conveniência não pode nortear nossa vida. Prefiro viver com o senso crítico, do que deixar que me tirem a vontade de que mudar, é algo constante e progressivo. Um reflexão pessoal, sobre o dia em que nós mesmos não fazemos sentido.

Tem dia que nada faz sentido, ou pode ser que faça, e pela falta de capacidade momentânea de discernimento, agente acaba sendo feliz. Tem dia que deixo de lado minha visão complicada da vida, isso levando em conta o fato de que a grande maioria das pessoas consegue ver as coisas de um modo mais simples. Essa simplicidade pode até ser encarada com tranqüilidade por alguns, mas não consigo me acostumar com esta filosofia. Não sei se é porque me acostumei a ver o mundo dentro de um olhar crítico, ou se simplesmente sou assim.

Não consigo simplesmente ligar a televisão e não criticar o mínimo senso do ridículo que não temos, de sermos maquinados por algo tão estúpido. Deve ser por isso que gosto de assistir a ESPN Brasil. Os caras fazem um jornalismo, e neste caso esportivo, diferente, sem a necessidade de esconder suas opiniões, com programas que elevam o senso crítico das pessoas, e não é pelo fato de que o foco principal é o esporte, que se esquece das outras coisas. Nem sei ao certo porque estou dizendo isso.

As vezes penso que ter uma vida mais simples seria apenas fingir que o lado negativo da nossa sociedade não existe. Seria não só mais simples, mas também mais leve. Mas como viver uma vida de fingimentos? Larguei essa comodidade a muito tempo, e passei a chamá-la não mais de comodidade, mas também de covardia. Em uma conversa informal no dia de ontem, entre vários amigos, de uma hora para outra, a prosa passou a ser sobre Educação. Eu e uma outra professora logo começamos a contar um pouco da dificuldade do dia a dia de um educador. As outras pessoas que na conversa estavam, e não trabalham com Educação logo sem esforço chegaram a conclusão de que a vida não pode existir sem o senso crítico. Senso esse que tem sido assassinado todos os dias por governos que não priorizam a educação, e lutam para que a mesma morra, fazendo com que a maior arma da população, um voto consciente, não exista. Mas o inacreditável é que existem pessoas que conseguem viver sem querer entender a grande diferença, entre não ter, e ter sido retirado, e essas mesmas pessoas alimentam a retirada da educação na vida de sua sociedade.

Mas sabe, não se eu gostaria de realmente ser tão simples assim, acho que esta covardia não combina com as coisas que acredito, mesmo vivendo em um país que não crer no que acredita. Em um feriado cinzento, posso refletir enquanto termino um texto começado a dias e terminado só hoje, que podemos ver coisas positivas na nossa sociedade, mas não se pode abaixar a cabeça para uma sociedade que nas suas máximas negativas vê o seu norte. Prefiro portanto, depois de pensar bastante, ser feito de coragem, e não aceitar o futuro nebuloso que colocam para o meu país, e para o meu próximo. Prefiro lutar, do que fingir que estou vivi, enquanto morro aos poucos. Prefiro ser eu, e será melhor do que não ser nada. Prefiro pecar por ter coragem de dizer no que acredito, do que ir ao inferno por não ter coragem de lutar contra o que me assola.



Um comentário:

  1. Que linda imagem você usou para ilustrar tão bem seu texto! De quem é esse quadro?
    Obrigada,
    Helena (helena@mutiraoagroflorestal.org.br)
    www.jardinagemagroflorestal.blogspot.com

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