No final tudo da certo.
Essa máxima é governista, até porque só no último ano de mandato, é que a coisa
começa a andar. Mas esse plano não tem dado certo em Barra Mansa. Será que o
povo acordou? Esperando que sim agente vai levando e vendo os milagres
acontecerem, ou os milagreiros se enrolarem.
O título da nossa postagem poderia ser um
nome de igreja, ou fazer referências a uma religião, ou simplesmente, fazer
parte de algum anúncio apocalíptico. Mas não é, dependendo do ponto de vista,
apesar de que os últimos dias podem ter efeitos de resultado futuro, sei lá.
Brincadeiras a parte, o que realmente quero debater nesta postagem, é a
capacidade dos governos deixarem para o último ano tudo que poderia ser feito
antes. É claro que isso não ocorre só em Barra Mansa, isso na verdade é um hábito
brasileiro, conseqüência do atraso histórico democrático deste país. Mas como
moro em Barra Mansa, terei que dá os exemplos daqui, terra que tanto amo, mas
que tanto sofre, mas deixando claro que não é por causa do meu amor, mas sim
pelo amor de alguns pelo poder, e pelos privilégios que ali conseguem.
Alguns dos poucos defensores do governo
municipal de Barra Mansa chegam ao ponto de dizer nas redes sociais, que estas
obras acontecem na última hora porque assim o povo não esquece, e que o
problema é a memória curta do eleitor. Na verdade a prática de se fazer no
último ano o que ele deveria fazer nos três passados, alimenta a memória curta
do eleitor, que aliado aos presentinhos eleitoreiros criaram todo esse sistema
de enganação política. Alguns se defendem dizendo que não foi feito antes
porque a verba não estava a disposição. Mas vale lembrar que nem tudo que está
sendo em Barra Mansa tem verba de fora, mas muitas vezes, o dinheiro não veio
antes por outros motivos. O primeiro deles é o fato de que se tem que buscar, seja
na capital fluminense, ou em Brasília, porém para buscar não adianta ir
simplesmente lá, você precisa ter um governo preparado para chegar lá e fazer o
que tem que ser feito. Aí mora o problema de Barra Mansa, o prefeito Zé Renato,
pessoa pelo qual nada tenho contra, porém politicamente sim, se cercou de uma
galera que só sabe mamar. E as tetas da cabritinha municipal sempre tem espaço
para mais um. Em Barra Mansa é um festival de secretário incorporando salários
altíssimos e produzindo nada. É um festival de comissionados batendo cabeça nos
gabinetes, enquanto falta professores nas escolas e médicos nos postos. E
inclusive aproveito o momento para dizer que estou esperando ansiosamente o “Diário
Oficial” do município para conhecer alguns novos comissionados da Secretaria de
Governo. Outro fato que faz o dinheiro não aparecer antes do ano eleitoral, são
as alianças feitas a nível estadual. Deputados Estaduais não são muito chegados
a pedir verbas em ano fora das eleições. Lembre-se, a cada dois anos temos
eleições, sejam estaduais ou municipais. Mas no ano de eleição municipal, aí a
torneira abre, os governadores de olho nos próximo pleito em dois anos, precisa
fazer alianças, e libera verba, ou até segura verba, pensando no ano eleitoral.
Ou seja, quem se arrebenta é o povo, que tem que esperar a conveniência
política para aproveitar as benesses dos seus impostos.
Em Barra Mansa tem um agravante, a
propaganda. Ela só apareceu por aqui este ano, a própria prefeitura não soube
aproveitar disso nos anos anteriores, então decidiu soltar tudo de uma vez,
gastando muito dinheiro, público. Muito se fala em asfaltamento, mas não se vê.
Muito pouco foi asfaltado nesses quatro anos, mas neste último ano, várias ruas
vão ser asfaltadas. O problema para o governo, é que essa artimanha não está
dando certo, até porque falta planejamento e as obras demoram mais do que o
previsto, e o transtorno acaba sendo maior do que o normal. Há anos leio sobre
a Faetec e o Complexo de Educação em Barra Mansa, e para se comprovar o que
estou dizendo, basta fazer uma procura no “Google”. Esta obra que tem vários
dedos do Deputado Edson Albertassi, só começou a andar este ano, e porque?
Porque a verba não existia. Existia sim, só foi liberada na conveniência
política correta para os interesses politiqueiros. A Clínica da Família em
Vista Alegre é outra história parecida. Do nada apareceram 2 milhões de reais
para se construir a referida unidade de saúde. Mas como tudo vem em cima da
hora para se tentar aproveitar eleitoralmente, o governo tenta construir em
cima da única praça do bairro, porque se fosse fazer uma desapropriação
demoraria mais tempo, e tempo é uma coisa que esse governo não tem.
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A obra do Pátio de Manobra se arrasta. Mas na época de eleição
ela vai andar. Prática desesperada de quem não quer
trabalhar.
Foto: Paulo Dimas
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O Pátio de Manobras merece uma atenção a
parte. Depois de ser um sonho antigo, agora ele é um pesadelo cada dia mais surreal.
A sua demora evidencia a falta de planejamento da prefeitura. O viaduto do
Barbará é uma obra que leva nada a lugar nenhum, e já é alvo de muitos
comentários, verdadeiros, pela cidade, faltando apenas quatro meses para
eleição. O pior de tudo ainda está por vir, porque as propagandas vão aumentar na
medida em que o tempo passa. Hoje se anuncia de tudo, e a colocação de placas é
geral, mas para piorar as coisas, as placas não traduzem as realidades dos
locais, e aí você já pode imaginar.
Essa cultura tem que acabar. Essa idéia de
que os governos só trabalham no último ano já virou realidade nacional. Temos
que extinguir essas práticas, e em Barra Mansa não é diferente. Falar qualquer
um pode, mas convencer é para poucos. Tentar nos últimos dias fazer com que as
pessoas achem que a cidade vive o seu apogeu é tentar enganar a si próprios.
Governos medíocres não gostam de críticas, nem de pessoas que tentam apontar as
soluções. Essas pessoas são expurgadas, e viram oposição, e são tachados de
tudo, menos de cidadão. Um governo medíocre se esconde atrás de mentiras, e
tenta tapar o sol com a peneira. Tenta se convencer de que o melhor para sua
cidade é ele próprio. Essas mentiras acabam com uma cidade. Mas sabe como é,
tudo vai melhorar, nos últimos dias tudo melhora, fica quase perfeita. Mas até
para que isso de certo, que prática esse ato precisa ter a sua volta pessoas
competentes e planejamento, e aqui em Barra Mansa não sei não. O tiro pode ser
no próprio pé. Como tá complicado. Ainda bem que falta pouco para acabar. São
apenas os últimos dias.
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