domingo, 11 de setembro de 2011

11 de Setembro - Dez anos de uma tragédia que não acabou

Dez anos se passaram.Você se lembra o que estava fazendo a dez anos atrás ? Onde estava quando as torres gêmeas caíram ? Eu lembro. Estava em Miguel Pereira trabalhando e perplexo, olhava na televisão de um consultório médico sem entender muita coisa. Como já disse, dez anos se foram e o cenário mundial mudou um pouco. Sadam não existe mais, Obama é presidente, o PT está no poder, porém o Corinthians ainda não ganhou uma Libertadores. O que mudou de fato foi o modo como o mundo passou a ver o próprio mundo. O medo passou a ser prato principal das eleições presidenciais norte-americanas, e o Iraque passaria a ser a menina dos olhos maquiada de terror. A prepotência americana foi agredida, os Estados Unidos não eram mais um lugar 180% seguros, eram atacados em seu próprio território, e com um plano que viveu de baixo do nariz americano. Foram ofendidos e agredidos, e é claro, responderam com mais agressão. Se os quadrinhos virassem realidade, Capitão América, e a Liga da Justiça entrariam em cena. Naquele momento, muito mais do que prédios caíram, foi colocado em xeque a soberania dos Estados Unidos com relação ao restante do mundo, e o que é pior, até hoje ela está abalada. Basta abandonar um pacote na Time Square e esperar por uma crise de medo e pavor das pessoas a sua volta.
O Oriente Médio era agora o alvo, a justificativa para os próximos passos. A “Guerra contra o terror” estava declarada, e as armas de destruição em massa eram o grande intento americano. Achá-las enquanto enchiam o Afeganistão e o Iraque com empresas americanas para exploração de petróleo e implantação de infra-estrutura, era a prioridade. Mas a guerra nunca realmente terminou, e o mais terrível, a invasão ao Afeganistão e ao Iraque não trouxe aos Estados Unidos, nem ao mundo em geral, a sensação de tranqüilidade. O brilho americano e liberdade e de donos do mundo estava abalada.
A grande verdade é que nada justifica os ataques do 11 de setembro. Vidas foram perdidas, famílias destroçadas, juventudes interrompidas, futuros incertos. O 11 de setembro não matou apenas os que estavam no World Trade Center; no Pentágono ou no avião que caiu na Pensilvânia, que tinha como alvo a Casa Branca, matou milhares de inocentes no Oriente Médio, sejam civis ou soldados norte-americanos. O americanos com a sua doutrina de poderem se meter em qualquer guerra, em qualquer lugar do mundo, para que os interesses americanos sejam sempre alcançados, pagou um preço. A ideologia de que o mundo é o quintal da América, foi posta de lado. Em verdade até hoje, os Estados Unidos buscam reforçar suas idéias, o Kadafi e o Mubarak que o digam. Foram derrubados pelo povo, mas com uma ajuda bastante considerável das forças ocidentais.
Como início das comemorações de dez anos dos ataques, em maio deste ano Obama vai para a televisão anunciar que Osama está morto. Talvez uma espécie de prêmio de consolação. Muitas coisas são reais nisto tudo. Os Estados Unidos não esperavam os ataques, a resposta aos ataques que foi a invasão ao Afeganistão não trouxe nada de bom aos Estados Unidos, assim como a invasão ao Iraque. As mais de 3000 vidas perdidas nos ataques são marcas profundas no coração americano. Mas nada é mais claro e evidente, do que a certeza de que a paz está longe, pois a intolerância está muito perto.

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