Se tem uma notícia que tem causado debate nos últimos dias, com certeza, foi a que noticiou o fechamento do Clube Municipal de Barra Mansa. O clube foi fechado no dia 02 de agosto, através da Fiscalização de Postura que constatou irregularidades fiscais. O clube foi notificado e foi aberto um processo administrativo. Através de assessoria a prefeitura explica : “Como não houve atendimento às notificações emitidas pela Fiscalização de Posturas, foram informados, por ofício, os órgãos de segurança pública do estado e o Ministério Público quanto ao impedimento do referido clube em realizar eventos, pois apresentava pendências fiscais com a municipalidade”. argumentou a assessoria, acrescentando que, naquele momento, o Clube Municipal apresentava pendências fiscais com a municipalidade – motivo pelo qual foi lacrado. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o Governo do Estado será comunicado que o Clube Municipal – que até então abrigava atividades do projeto ‘Rio 2016’, da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) – não tem condições legais de manter as atividades. “Também poderá ser proposto ao Estado um novo local para deslocamento do projeto”, pontuou.
Muita coisa deve ser discutida sobre isso tudo, mas uma delas é o claro problema em que Barra Mansa se encontra com relação a lazer. Não há muitas escolhas, mas porém isso não justifica a administração caótica em que se encontra, e não é de hoje, o Clube Municipal.
A mistura Clube e política
Bingo no Clube Municipal e Homenagem a Eduardo Cunha – Na foto o Deputado Federal Eduardo Cunha, o então Deputado Estadual Ademir Melo e Rodrigo Drable (2009) – Foto: http://rodrigodrable.blogspot.com
A mistura política e clube cobra um preço caro. Entre as várias justificativas, o administrador do clube, o ex-deputado estadual Ademir Melo, diz que a dívida do Clube já foi quitada, e os trâmites para a reabertura já estão em andamento. Em uma outra notícia veiculada pela internet, a prefeitura agora estaria pedindo uma planta da década de 40, época de sua fundação.
A situação do Clube Municipal não é fácil, o ex deputado em matéria ao “Jornal Foco Regional” justifica que sem receita e sem sócios, e conseqüentemente sem uma maneira de gerar renda, o Clube tem um custo mensal de R$ 12 mil reais, metade disso só com pagamentos de indenizações trabalhistas. O fechamento do clube ainda ocasiona a perda dos convênios com o Governo do Estado e suas atividades.
Um passado de glória, um futuro incerto
“Símbolo e Status sociais para seus sócios durante muitas décadas.”. É assim que a matéria que da internet termina seu último parágrafo, término esse que me remonta a uma definição básica do que ocorre dentro de Barra Mansa. Durante anos esse “status” definia uma elite esnobe e pobre de idéias, que apenas defendia sobrenomes e mais nada. O resultado dessa administração de fachada foi a geração de uma cidade sem estrutura para o crescimento e um povo faminto por coisas básicas, enquanto sua elite se deleitava com seu “status” a base de um título de sócio. Os tempos áureos acabaram e com ele o miserável “status” que saciava apenas o ego e o momento, sem se lembrar de que existia um futuro. Assim como o Clube Municipal é também Barra Mansa. Não sou contra nenhuma família tradicional, mas terminantemente contra ao modo como as coisas foram conduzidas, através de vícios de poder e balelas, que levam a conseqüências como estamos vendo neste caso, um clube histórico sem sócios, sem renda, sem nada, administrado por um político que o utilizou como base para sua campanha de reeleição a deputado estadual. Será que isso afasta sócios ? Afasta ajuda ? Aqui se mistura muita coisa, menos vontade e política.
Não podemos deixar de citar o clube estaria funcionando sem alvará, estaria realizando eventos clandestinos que incomodavam a vizinhança.
O fechamento é definitivamente incontestável, era algo já certo, até porque era anunciado. Cabe agora a prefeitura definir logo novos lugares onde se realizarão as atividades do Governo do Estado que eram anteriormente realizadas no Clube Municipal, pois as mesmas atividades atendem a municipalidade e não podem deixar de ocorrer. Cabe também uma atenção especial e um respeito a esse clube tão honrado e histórico. Cabe resolver o que tem de ser resolvido por parte da administração do Clube, para que as atividades realizadas no mesmo voltem a sua normalidade e que melhores tempos idos se realizem, talvez com seriedade e sem politicagem.
Com certeza um clube com a história e a importância do Municipal merece um futuro, e não viver só do passado.
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