sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Novo e o Velho na política de Barra Mansa - Coluna de Gabriel Vitorino Sobreira

A Câmara de Vereadores de Barra Mansa tem até setembro para decidir se irá aumentar o número de vereadores do município. Hoje, com doze vereadores, a velha política discute muitos números, entre os mais falados estão o 19 e o 21. Um passarinho verde me contou que já está acordado 21 vereadores para Jurassic Park. Por trás desse debate representativo existe um outro cálculo, o de coeficiente eleitoral. Para eleger um vereador, a sigla pleiteante deve alcançar um coeficiente igual ao número de votos válidos divido pelo número de cadeiras disponíveis.

Uma velha máxima política diz que nenhuma regra eleitoral é mudada a não ser que a mudança beneficie quem faz a mudança, isto é, os responsáveis por mudar as regras das eleições são os eleitos por essas mesmas eleições. Então o que ganham os dinossauros da Rua Mamede Froes? Uma chance de reeleição.
É isso mesmo, caro leitor, o cidadão barramanssense está cansado desses políticos, e não os quer mais lá. A rejeição aos nomes da câmara é tão alta que os vereadores sabem que, se depender do eleitor, eles não mamarão mais na Mamede. A solução é tornar o jogo mais fácil. Com a máquina (entenda o dinheiro do seu imposto) nas mãos e com pelo menos 50% dos votos das últimas eleições, eles acreditam que conseguirão se perpetuar por mais quatro anos.

Mas é das contradições do que é velho que surge a novidade. E não é diferente na política.  Colocar mais 11 vereadores é praticamente anexar outra câmara ao prédio da Rua Mamede Fróes de Andrade. Com o coeficiente lá embaixo, diversas siglas menores, historicamente atreladas ao projeto das grandes siglas (aquelas que possuem mandatos) ameaçam vôos próprios. Políticos jovens, partidos renovados, corações e mentes ansiosos por fazer diferente, estão entrando nessa disputa com chances reais. Mas o crescimento da câmara é apenas um sintoma. As causas são mais profundas e se manifestam até mesmo nas eleições para síndico do seu prédio. Basta ter olhos para ver que todas as opções para as eleições executivas também contam com altos índices de rejeição.

O cidadão está cansado do atraso. Está tão cansado que não aguenta mais nem esperar dez minutos pelo ônibus. É isso mesmo, Barra Mansa parou no tempo, e muitos desses políticos que estão aí, elegendo-se e reelegendo-se há séculos, representam esse atraso. São os políticos pátio de manobras, talvez a obra mais atrasada da república brasileira.

Todas as tendências apontam para uma renovação da política no Município, de forma que mesmo se alguns dinossauros escaparem dos meteoros que cairão em 2012, algo necessariamente deverá mudar na forma de fazer política nessa cidade. Só existe uma possibilidade real de nada mudar, e os coronéis sabem disso. É a possibilidade do barramanssense ser vencido pelo cansaço, desistir da luta. Se o povo de Barra Mansa desacreditar na possibilidade da mudança, facilmente se renderá por um corte de cabelo ou um algodão doce.

Por isso, caro leitor, é que estou nessa: pra não deixar a peteca cair. E quero chamar você, que teve a paciência de ler até aqui, a acreditar que outra cidade é possível, com mais desenvolvimento e qualidade de vida. A acreditar que a luta pode ser vencida, que o inimigo já cambaleado pode ser derrotado. Vamos juntos, eu, você, Samuel Marques e Barra Mansa mobilizar nossas forças nos bairros, nas escolas e no trabalho. Digamos para quem puder ouvir: Eu acredito! Acredita Barra Mansa!   

Nenhum comentário:

Postar um comentário