quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Assassinaram a Educação - 2ª PARTE - Por Hugo Tung Stalin da Silva

Cheguei em casa, a imagem da educação assassinada ainda estava na minha mente. Liguei a televisão, e comecei a assistir ao Pastor Valdomiro Santiago falar; percebi que ele também tinha cometido um assassinato: o da língua portuguesa. Ao trocar de canal, parei na Fazenda, onde me alienei por alguns minutos. Voltei a me debruçar sobre as provas do assassinato e comecei a pensar. O cheiro estranho que pairava no ar denunciava e, analisando melhor todos os dados, tive dúvidas. Liguei meu computador com softwares piratas e digitei no “Google” a palavra descasospoliticusacomodacions, e a resposta que obtive foi reveladora. A substância descasospoliticus, é altamente perigosa, causando paralisação do corpo educativo e alucinações. Entre as alucinações mais freqüentes está a ilusão de um aumento salarial de 50%. Achei também no pai dos burros digital, que o veneno adicionado a outra substância, o acomodacions, é fatal. Essa substância causa morte cerebral, por isso vários professores são vistos vegetando em escolas, sempre assentindo a tudo que lhe ordenam. Perplexo, mas começando a entender a trama, levantei da minha apostasia e fui ao encontro do Sindicato. Chegando ao local marcado, visualizei o sujeito. Estava me esperando, com o olhar desconfiado e com uma roupa vermelha. Tinha acabado de sair de seu carro cheio de papéis e adesivado até o chassis, com dizeres de ordem. Ao iniciar a conversa, tentei saber tudo o que pudesse da sua relação com a Educação. Descobri que sua relação com a Educação estava estremecida, já que o pragmatismo e os interesse políticos sempre eram pontos de divergência. O Sindicato me pareceu meio fraco e sem forças; a explicação para isso vem da falta de união por parte dos professores que, neste momento, poderiam ter protegido a Educação. O Sindicato agora, com a Educação morta, já não tinha mais o que fazer, mas deixou claro que não pararia de militar, se juntaria à UNE para, juntos, irem a uns desses congressos que nada resolvem, apenas servem para alguém ganhar dinheiro, às custas de discursos quase comunistas. Saí do meu encontro com o Sindicato mais confuso; não parecia ser um assassino e, dificilmente, deu o golpe fatal, mas pode ter contribuído com o assassinato, pela sua falta de planejamento, ânsia de briga e, claro, sem apoio da classe.
Eu, agora, tinha que encontrar o Sistema, mas onde encontrá-lo ? Comecei a procurar em meio a esquinas escuras e perigosas, voltei ao colégio, com a esperança que esse local quase sagrado me iluminasse. Mas o som deprimente da falta de esperança não me inspirou. Antes de ir embora, vi chegar vários kits, que seriam entregues aos alunos. Essa cena só ajudou a me desesperar ainda mais. A minha percepção começou a funcionar. Ver a entrega dos kits, e os sorrisos amarelos, maquiados pelo clientelismo, me deu uma luz. Nesse momento profundo e dramático, comecei a juntar as peças e lembrei-me dos professores e suas tentativas de remar contra a maré; ao mesmo tempo em que lutavam contra a inércia comum ao ser humano desanimado.
Lembrei-me da diretora, e sua cara de ponto de interrogação, sem vontade, quase confundida com um vereador de Barra Mansa, defendendo seus próprios interesses, em nome de uma pedagogia que nem ela mesmo sabe o que é. Olhei para o chão e vi na lixeira, uma caneta vermelha cheia, pois com diários dessa cor, não são bem recebidos pelo Sistema. A mentira, mesmo que com colagens, é melhor aceita do que a verdade nua e crua. Assim como a mudança não é bem aceita, pois pode acabar com privilégios tradicionais, tão tradicionais quanto os nomes. Ainda estava na minha mente o Sindicato e sua confusão ideológica, embriagado por um poder tão pequeno, pragmático e sem planejamento de verdade; o que acabava ajudando o Sistema a conseguir seu intento.
Pensava agora no Sistema que, mesmo sem conhecer pessoalmente ainda, já conhecia de longos tempos. Esse Sistema que é alimentado pelo medo e pela covardia das pessoas. Tinha chegado a uma  conclusão, mas ainda faltava uma coisa: falar com o Sistema. Um suspeito em potencial, e com muitas revelações a fazer.








Acesse também a parte 1 da nossa novela, que apesar de não ser mexicana é dramática.


http://samuelmarquesbm.blogspot.com/2011/08/assassinaram-educacao-parte-1-por-hugo.html

4 comentários:

  1. Rodrigo - Vila Coringa25 de agosto de 2011 às 22:47

    Muito show a novela. Estou acompanhando. Semana que vem o final vai ter mais ibope que a novela das oito.

    Parabéns pelo Blog.

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  2. NOssa to adorando a novela!muito legal!ja estou curiosa pra semana que vem!rsrsrs
    Muuito bacana prof!
    Parabeeens o blog,esta arrebentando...
    Aluna>> Yasmin Vigoritto 801

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  3. Professora Desesperada26 de agosto de 2011 às 11:57

    Parece até uma escola que conheço aqui em Barra Mansa.

    Está muito boa a novela. Eu acho que já sei quem matou a Educação.

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  4. nossa to adorando professor mt boa essa novela, to ansiosa pra semana q vem!!
    mt legal seu trabalho!!parabéns!!!
    ALINE FRANÇA 801

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