quarta-feira, 14 de março de 2012

Quando o espelho reflete o que não queremos ver.

O espelho pode refletir nossos erros e apontar imperfeições. Para os arrogantes, o espelho é pior inimigo, mas na verdade é o melhor dos amigos. Odiar o espelho e seus reflexos é a característica de pessoas que não sabem a diferença entre posição e oposição.
O pior problema de um governo é achar que seus erros são pequenos perto de seus acertos. Para piorar ainda mais, quem interpreta as ações como acerto, é o próprio governo. A arrogância chega ao limite de se criticar aqueles que estão apresentando os problemas, pois na verdade, deveriam fingir que não existem. Esse não é apenas o mal de governos, mas de uma população onde a mentalidade foi moldada com a ajuda do clientelismo político, para ser bitolada.
O título deste post revela uma realidade. A pessoas não querem se ver no espelho. Elas querem ver a imagem de alguém que elas queriam ser. Por isso bater nas portas das casas e pedir a participação maior da comunidade em assuntos de grande relevância para todos, não dá certo. Pois as pessoas não querem ser incomodadas para acharem uma solução para os problemas. Elas querem a solução. Por isso elas elegem pessoas sem se quer verificar a capacidade para fazer o que estão prometendo. Tudo isso é resultado de uma acomodação social. Quando batemos nas portas e pedimos que todos participem, evidenciamos, e refletimos como um espelho, o problemas deles mesmos. Ter uma pessoa no seu bairro que briga pelos seus direitos, pelos seus impostos e para que as obrigações do governo sejam feitas, é logo tachado pelas atuais lideranças comunitárias, como baderneiros. E o pior, é que as pessoas não estão prontas para analisar porque essas “lideranças comunitárias” colocam este rótulo nas outras. Essas “lideranças” são compradas, pelo poder local, para simplesmente não trabalharem, ou quando fizerem qualquer coisa, que seja com o aval do vereador por exemplo. Por isso, os “outros” que brigam por todos, acabam sendo rotulados, pois na verdade a sua existência reflete a fraqueza da própria população.
A situação só piora. O pobre coitado que está sem atendimento para o filho, pagando um ônibus caro e sem professor no colégio do outro filho, até concorda com tudo o que o “baderneiro” fala, mas tem medo de perder a cesta básica dada pelo poderoso local, que com um mandato político e com amigos associáveis, acaba alimentando a esmola social. Quando subimos o morro e vemos coisas que para alguns não existe, podemos observar o trabalho destes politiqueiros. Prometem para terem essas pessoas permanentemente em suas mãos. A pessoa te olha dizendo coisas sobre direito, impostos, dever do estado e educação, e te dá razão, mas já está paralisada, estagnada pela esmola dada pelos Viradinhos políticos e seus amigos religiosos.
O cenário é triste, e mais triste ainda, é quando pessoas esclarecidas trabalham para que tudo isso se perpetue. O mais terrível é você ver pessoas se acharem donos de vidas e donos de tudo que deveriam governar em direção ao povo. O pior é quando confundem posição com oposição, quando acham que críticas não devem ser feitas, mesmo com a incontestável prova do abandono e do descaso. O pior é quando pessoas que são bancadas por esses políticos, já não têm mais argumentos para debaterem, se inclinam para atacarem o diploma que você possa ter, tentando induzir que você estaria se desfazendo das pessoas, pelo fato de ter estudado. Essa é a característica dos derrotados, que tentam, através de um ato desesperado, jogar o miserável contra o espelho, para ver se os ferimentos dessa colisão servem de esquecimento para a desgraça vivida por essas pessoas.
Tudo isso que eu disse não é simples, é complexo sim, mas ninguém disse que não seria. Não sou o espelho, até porque não é necessário o Samuel Marques para se verificar a acomodação das pessoas. Isto se verifica no olhar de cada um, que está descrente da política e por conseqüência, já não discute mais, e acaba, para o bem de alguns, ser governado por bandidos, ladrões de esperança. Mas como só falei em “o pior”, e em 2012 nem tudo será assim. Algo está acontecendo, e esse ano a conscientização está dando certo, por isso o desespero dos poderosos de calar as bocas dos que reclamam e que apresentam propostas claras de mudança. Mas não tem jeito, “mesmo calada a boca resta o peito. Silêncio na cidade não se escuta”.

3 comentários:

  1. Cada palavra dita é algo mais que verdadeiro... A partir dessa reflexão , temos que nos concientizar ainda mais. Precisamos dar um basta nesse "jogo político". Agir é a melhor solução!

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  2. É necessário romper com a inércia política e para isso contamos com você Samuel mas, como você bem diz, temos todos que participar. Pode contar comigo meu amigo, estamos juntos até a vitória.

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  3. O pior é saber que por trás desse jogo sujo, estão pessoas ligadas ao cristianismo em igrejas, Evangélico ou Católico, onde a ética moral de cristo é esquecida para sustentar o EGO de alguns em Barra Mansa. Negociam a saúde e a educação em troca de favores pessoais.

    Vou lutar com você por uma política que valorize os direitos socais de todos não de alguns.

    Cristiano de Souza

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