Pior salário do Brasil. É com esse triste conceito que milhares de bombeiros de todo o estado saem para trabalhar todos os dias. E diga-se de passagem, saem para trabalhar sendo obrigados a pagarem a condução do próprio bolso, já que governo do estado não oferece vale-transporte a corporação.
Entretanto, não é só o dinheiro ou falta dele, que motiva dezenas de manifestações por todo o estado. A principal reivindicação dos Bombeiros é a falta de dialogo por parte do Governo. E após várias tentativas em vão, sendo nem mesmo recebidos por membros da Alerj, a situação acabou chegando ao extremo, com pedido de prisão preventiva dos líderes do movimento e posteriormente a prisão de 439 Bombeiros que invadiram o Quartel Central, no Rio de Janeiro.
Entenda o Caso
- Em abril deste ano, Bombeiros Militares iniciaram o movimento por melhores salários, visto que o Estado do Rio registra o pior soldo entre os 27 estados brasileiros. Sem contar com o Distrito Federal, que registra um salário quase cinco vezes maior do que o Carioca.
- Sem conseguir dialogar com o Governo, que não aceitou discutir o assunto e sem ser recebidos por membros da Alerj, os líderes do movimento dos Bombeiros Militares optaram por realizar a chamada “Operação Padrão”. A operação consistia em paralisar alguns serviços, entretanto, realizando a manutenção dos serviços essenciais, como os atendimentos de emergência.
- Prevendo uma desmoralização do movimento e buscando intimidar os manifestantes, foi expedido após pressão da base governista um mandado de prisão para os cinco líderes do movimento. Após dois serem detidos por alguns dias, uma liminar os trouxe de volta a liberdade.
- Após a liberdade concedida, o movimento acabou ganhando apoio popular e adesão maciça dos Bombeiros, mesmo com a imprensa de um modo geral divulgando somente parte das informações. Geralmente só era levado a público a manifestação ou paralisação e ficava de lado as causas e descaso com o material humano.
- O Dia D. No sábado (5), após manifestação de mais de mil Bombeiros em frente ao Quartel Central da corporação, houve uma invasão por parte dos manifestantes, que se alojaram durante horas no local, para que assim, o governo, através da mídia, resolvesse enfim dialogar. Entretanto, a situação acabou ficando tensa e 439 bombeiros foram presos na capital, onde permaneceram incomunicáveis por quase uma semana.
Na madrugada de sexta (10), após a justiça entender que não haveria necessidade de manter os bombeiros sobe prisão, podendo responder o processo em liberdade, todos puderam retornar aos seus lares, inclusive os 12 homens que pertencem a corporação de Barra Mansa.
Mesmo após todos esses acontecimentos lamentáveis, o governo ofereceu o aumento de apenas 5,53%. Mas nesse momento, o maior desejo de todos da corporação e de seus familiares é o de receber a anistia, para que o processo seja extinto.
Porém, a luta continua!
Leia a opinião de quem esteve lá
Por Samuel Marques
A passeata foi um ato muito importante. É bom ressaltar que sou a favor da paralisação dos Bombeiros. Toda causa deve ser reivindicada. Infelizmente em nosso país somos pacíficos além da conta, e somo bom cachorrinhos. Fomos ensinados pela nossa sociedade hipócrita,, bancada e moldada pelas elites a não nos organizarmos e sermos coniventes com o sistema vigente. Qualquer coisa que fuja a isso é considerado algazarra. O que os Bombeiros fizeram pode ser chamado por muitos de radicalismo, mas eu chamo de ousadia. Ousadia de não só dizer o que tem que ser dito, como o de demonstrar força e união. Sou a favor dos Bombeiros e que agora eles sejam anistiados.
Anistiamos os generais que mataram e torturaram, e todas as vezes que voltamos nesse assunto, há uma reviravolta em Brasília, pois muitas pessoas das elites citadas acima não querem que esses assassinos sejam julgados e se utilizam da anistia para isso. Os Bombeiros merecem porque não cometeram crime algum, até porque entrar em sua própria casa não é crime. É hora de sairmos de cima do muro, e entendermos de uma vez por todas, que sem ação não conseguiremos nada, absolutamente nada.
Participar desta passeata foi uma experiência ótima e única, pois mais uma vez exerci a máxima do que eu quero ser na sociedade, quero ser parte dela, mas uma parte integrante e atuante, onde a omissão não tem vez, e a coragem dita as regras.
Achei bem legal,e vou começar seguir ...
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